O mundo é o chão de todo lugar
O ar, o céu, o sol, o dia e a noite
As estrelas, a lua, os rios e o mar
As matas, árvores, o frio e o calor
As nuvens, a chuva, o arco-íris
Raios e trovões, tempo e clima
Animais, aves, peixes, moscas
Casa, família, pai, mãe, irmãos
Cidades, gente, muita gente
Depois do nada se aparece
Cresce-se e se vê tudo que existe
O mundo grande e o chão dele
O céu, o sol, a lua, o dia e a noite...
É muito pequeno ser como se é
Ínfimo, diminuto ante o imenso
Mas por que e para que vir aqui
Para nascer viver e depois morrer
Pra depois nada mais ser
A vida é uma grande incógnita
Vive-se apenas por viver
Sem querer saber seu sentido
Sem saber o que possa acontecer
Se tiver algum propósito ele está oculto
Do nascer ao morrer só está o saber
De ser o finito insignificante no infinito
É a melancolia que mais se acentua
Como rua deserta sob o clarão da lua
Uns morrem para que outros possam viver
Ou uns matam para que possam sobreviver
Acontece na natureza impondo sua indiferença
E assim o mundo se descortina para os olhos
Eles trazem para dentro o mundo de fora
O céu, o sol, a lua, as nuvens, a chuva...
Tudo continua depois do último dia chegar
É o principal dia indesejável para se aguardar
Ele é do deixar tudo para o nada poder levar
Altino Olimpio