Semana passada estive numa padaria e ao pagar a compra que perfazia o valor de onze reais, para facilitar a mocinha do caixa lhe dei uma nota de vinte reais mais quatro moedas de vinte e cinco centavos. Ela utilizou-se de uma “maquininha” de calcular e me deu o troco de nove reais. Eu disse a ela: Devolva-me dez reais, por favor. Ela ficou com o olhar como se estivesse perdida no mundo e olhou para a outra mocinha que estava ao seu lado como se estivesse pedindo socorro. A outra mocinha olhou-me e disse: Ela é nova aqui e ainda está aprendendo. Mas, aprendendo uma das quatro operações simples, no caso a de subtrair, só agora? A mocinha já contando uns dezoito anos de idade teria diploma pelo menos do ensino básico? Com certeza, sim. Ela é uma representante de como são muitos dos brasileiros de agora e daqueles que escolhem quem nos administra politicamente. Entende-se então, como muitos políticos são eleitos e reeleitos mesmo tendo o estigma da imoralidade e de bandidos ladrões do erário. Analisando de outro ângulo, os políticos de um passado não tão remoto, para o exercício de domínio das massas, com outras leis ou normas modernas para a educação que deveriam ser consideradas traidoras da pátria e hediondas, eles maldosamente interferiram no currículo escolar tornando os alunos despreparados para exercerem raciocínio próprio. Será que ainda é lembrado quando de um segmento das “autoridades” surgiu para os professores aquela norma “não corrigir as provas dos alunos mesmo estando erradas?”. Por isso já se devia perceber as más intenções contra o povo, e este, hoje, em sua maioria não consegue entender um texto mesmo sendo simples. Sendo assim é fácil bombardear uma maior parcela do povo com as insignificâncias com as quais essa parcela se associa. Quais seriam essas insignificâncias? Quase todas as difusões diárias, escritas ou televisadas. Muitos sucumbiram pela trivialidade e ser trivial hoje está na moda. Sabe-se e não se nega que os jovens são o futuro do Brasil. Coitado dele. Com tantas discrepâncias em suas cabeças o que será de nosso país? Muitos jovens que já foram à esperança do futuro do Brasil, agora não mais jovens estão no “poder” administrativo desta nação administrando para si mesmos. Estamos vivendo numa época maravilhosa quando a vergonha morreu de velha e a indignação se tornou indigna, desagradável e desfavorável para se manifestar entre os fanáticos das trivialidades do cotidiano. Eles estão certos porque para eles a inteligência não presta. Ela quando existe em alguém, inimiga como é, impede os prazeres provenientes do que é banal e o banal valorizado como está, faz parte da felicidade humana. Isso não se nega. Então, que muitos sejam felizes assim. Amem!
Altino Olympio
Comentários
Concordo em gênero, número e grau. A partir do instante em que um aluno passa de ano, mesmo tendo sido reprovado nas provas, vamos esperar que entendam de política, filosofia ou arte?
Certamente, só saberá fazer conta básica e mesmo assim, usando máquina. Vai entender de Big Brother, carnaval e futebol. Cultura desta forma, será atributo de loucos e inteligência, qualidade de poucos.
Fazer o quê? Estamos no Brasil, país que desvaloriza professores , enaltece políticos e incentiva a corrupção . Quanto maior a ignorância maior será a força dos poderosos e as banalidades dominarão o espaço.
Pobre daquele que optar por outros valores! Estará fora de moda!
Fatima
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