Como é bela a vida

Já faz alguns anos quando estive num velório e numa conversa com alguém eu lhe disse: A mãe de fulana que também é sogra de fulano que é muito conhecido na região também está aqui. O alguém me respondeu que quem eu vi não era a mãe de fulana e sim que era ela mesma e não a mãe dela. Aí retruquei que a pessoa era muito velha para ser a filha dela (risos). Mas, o alguém insistiu: É a fulana sim, porque, a mãe dela já morreu. Esse fato ocorrido a alguns anos passados serviu para reflexões sobre a vida sem os filtros que as pessoas usam para disfarçar a realidade da existência. 

Todos quando jovens são bonitos e bem atrativos. Nós os seres humanos temos um padrão de beleza que participa na escolha de alguém para um relacionamento afetivo ou romântico. Mas, parece que todos vivem ingenuamente sem querer saber que o tempo e a vida são cúmplices em provocar a decadência física em seus rostos e em seus corpos. De bonitos que podem ter sidos se transformam numa feiura que os tornam indesejáveis para um romance. Com o passar do tempo na velhice a vida mais se torna um passatempo para disfarçar a transformação que o tempo provocou nas aparências deixando para o passado o como se gostava de se de olhar no espelho (risos). 

Entretanto, para que as pessoas não fiquem se lembrando de suas faltas de atrativos, em socorro a isso, na velhice aparecem as fraquezas e as doenças com o que podem se distraírem para se esquecerem que a vida não é tão bela como muitos dizem até em letras de músicas e em filmes. A velhice costuma estragar de tudo o que foi tão bom no passado até quando a morte vem e liberta de verdade as insatisfações da última fase da vida que se tornou apenas “um viver apenas por viver” até quando der (risos).

Mais os velhos podem saber, embora não todos, que a vida para ser boa precisa ser “recheada” de ilusões. Sem elas a vida fica sem graça. Mas, inventaram um consolo para que todos aceitem a vida como ela é na esperança que mesmo morrendo todos ainda continuam vivendo, mas, sem saber onde (risos). Contudo, a vida parece mesmo ser uma novela onde cada um tem o seu “próprio” enredo baseado em suas experiências ‘copiada dos outros’ neste nivelar de todos prisioneiros que são das mesmices de sempre que no mais das vezes “são para boi dormir”, assim como se dizia sobre mentiras e enganações. 

Altino Olímpio