13/01/2025
Os adultos adulteram a realidade

Os adultos adulteram a realidade

Quando eu era garoto e peralta quase nunca ouvia, se é que ouvia, falar da felicidade ou infelicidade e, no entanto, bem ou mal, vivi antes de crescer apenas como eu era. Igual como eram aqueles tempos para se viver sem querer saber se a felicidade ou infelicidade fariam parte da minha vida. Eu vivia e convivia com o que via e ouvia numa pequena parte do mundo que era suficiente para me extasiar com o que tanto ele tinha para me oferecer, como a natureza daquele lugar, que, tendo o céu azul como telhado, à noite quando a lua cheia surgia parecia que ela era um silêncio misterioso desafiando a ingenuidade de um menino provocando-lhe pensamentos, dos quais, ele ainda não estava preparado para distinguir e refletir. Tudo ainda lhe era incógnito a não ser a alegria de simplesmente viver até quando ficasse homem para também ser criança grande como a maioria dos adultos são em suas elucubrações fantasiosas sobre o que pensam que existe no além desta vida para o conforto das suas continuações.

Altino Olímpio



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