Da trindade, mais velha é a irmã Religião,
Filosofia é a irmã do meio e Ciência é a caçula.
Não se complementam e vivem independentes, cada uma com sua realidade.
A irmã do meio sempre tem tentado a reaproximação entre
as outras duas irmãs, mas, nem sempre conseguiu, se é que alguma
vez conseguiu. Ela tenta mostrar para a irmã mais velha as vantagens
produzidas pela irmã caçula. Critica a irmã caçula
quando suas produções possam causar dano. Independentes entre
si, as irmãs não arredam os pés de suas ideologias, cada
uma se mantém na sua, considerando às vezes, incompatíveis
as das outras. E assim o mundo continua dividido entre os correligionários
de ambas as irmãs, embora, com as ideologias de uma delas, se misturam
com as ideologias das outras, por não poder evitá-las em suas
existências. Vivem em ingratidões, pois, os mais fanáticos
por uma só das ideologias, bem acrescentam as outras duas em suas vidas,
sendo elas aquelas que combatem durante o enaltecer das qualidades das suas
de quando isoladas das outras duas, quando, parcialidade é a conveniência
do momento.
Religião, Filosofia e Ciência, mesmo se antagônicas,
sempre estão juntas nas ocorrências humanas. Invocadas como auxílio
em ocasiões de perigo de vida, qual delas seria mais eficiente? A resposta
recai na ciência. Como já aconteceu, alguém num apuro filosofou
sobre sua situação, invocou os ditos poderes da religião,
mas, foi salvo por um pequeno utensílio da ciência, um telefone
celular. Depois do perigo afastado a filosofia volta para discutir a circunstância
e a religião reaparece dizendo que o sucesso do salvamento foi pela interferência
de seu patrono. Com gratidão pensa-se nele numa distração
esquecendo-se da ciência.
A Religião tem seus mandamentos de moral para serem
aplicados nesta existência e sem dúvida, são benéficos
para o melhor comportamento da humanidade. Contudo, ela se diz como sendo os
meios para atingirem um fim e ele é para depois desta existência.
A Ciência, prática e materialista, seus meios para atingirem o
fim sempre têm como objetivo o homem, sendo ele o fim para o qual os meios
se destinam. A Filosofia, ficando no meio entre a Religião e a Ciência,
criticando ou elogiando a atuação das duas, as duas nem se importam
com ela. Mas, o homem vive sob essas três influências e se for eclético,
retira de ambas o que melhor lhe convém, já visto que, tais influências
são dirigidas a ele e isso não é nenhuma novidade. As três
irmãs, Religião, Filosofia e Ciência conquistaram seus lugares
no mundo e permanecerão sempre acompanhando o progresso e a evolução
humana cujo fim é imprevisível.