O viver de qualquer pessoa não é um viver sem nada acontecer. Mesmo que alguém projete a sua vida para ser como quer, “o que não quer” lhe aparece quando quer. Os acasos sempre podem nos causar alegrias ou tristezas. Eles podem mudar para sempre o rumo das nossas vidas depois que inesperadamente surgem. Ninguém consegue preveni-los ou impedi-los. Diariamente somos surpreendidos pelos acasos. É só observar como eles acontecem. Eles estão naquele sem esperar e sem imaginar com quem nos encontramos no nosso cotidiano. Contudo, um acaso pode nos causar muito sofrimento físico quando nos vem através de um acidente ou causar muita dor quando um acidente tira a vida de quem amamos.
Acaso doloroso foi o que aconteceu para a artista Romy Schneider (1938-1982). Muito bonita, lembro-me dela no filme “Sissi, a imperatriz” (1956). Com apenas quatorze anos de idade o filho dela morreu perpassado pelas pontas da grade de um portão. Esse “acaso” somado a outros dramáticos anteriores é que talvez a tenha tornado dependente de álcool e barbitúricos.
Filhos que nasceram quando seus pais ainda não queriam que eles nascessem não foram “acasos” para os seus pais (risos)? Acaso tem a ver com o que “acontece” sem esperar, e sem desejar. Nossa vida é repleta de acasos, mas, muitos deles são tão corriqueiros que nós os consideramos como sendo coincidências que surgem com a nossa presença. Se todos os dias nós prestássemos atenção para o que nos ocorre iríamos nos conscientizar mais deles. Constataríamos que sempre estamos sujeitos a ter surpresas (acasos) com fatos ou com pessoas que possam afetar ou não o nosso estado de espírito. E a vida com certeza é cheia de incertezas. Este texto está a demonstrar que existem “coisas” na vida que nos aparecem sem o nosso imaginar ou premeditar e das quais nenhum controle temos sobre o aparecimento delas.
Altino Olympio