O tempo é como um rio que passa, mas, sem ter suas margens por onde possamos ficar para vê-lo passar. Mas, nunca o vemos porque ele é oculto e mesmo traiçoeiro, pois, só o percebemos através das transformações ou mudanças que ele nos provoca e ocorre na nossa aparência. A humanidade o dividiu em passado, presente e futuro. Passado e presente sempre deixam de existir e o futuro sempre estará além de qualquer presente de qualquer época em que vivam os seres humanos. Assim que nascemos já embarcamos no tempo. Dependendo de cada um, a viagem pode ser prazerosa ou sofrida, mas, de qualquer forma o tempo é quem conduz todos até a morte quando é o fim dele para quem morre.
Quando éramos crianças queríamos que o tempo passasse depressa para que nós logo ficássemos adultos. Quando já há muito tempo sendo adultos queremos que o tempo passe bem devagar para atrasar a velhice. E quando ela vem nos parece que ela chegou muito depressa sem nós percebermos. E ela além de nos desfigurar inevitavelmente nos leva a ter problemas de saúde, sendo enfraquecidos, muito esquecidos, sofrendo de surdez e também tendo visão fraca. Aquele andar muito lento de alguém, como diziam, significava que ele “já estava no bico do corvo” (risos).
A eternidade não nos existe porque nós morremos antes dela chegar e também, parece que ela nunca chega mesmo para quem venha a nascer daqui a mil anos, pois ela sempre estará adiante de qualquer tempo de qualquer época futura. Entretanto, a eternidade não é tão inacessível assim. Em livros e filmes de romance vimos que casais muito apaixonadas juraram se amar até a eternidade. Assim a realidade perde a sua autoridade.
Entende-se que a eternidade seja o tempo infinito. Nós que temos o início, o meio e o fim de nossas vidas somos finitos no ininterrupto decorrer do tempo. Lembrei-me agora da letra do começo de uma música muito antiga que é pertinente aos casais que se amam:
“Sei, quando o tempo passar
Ninguém mais vai lembrar
Que nós dois existimos...”
Altino Olimpio