Tanto foi dito que quando Deus nos criou Ele nos deu o livre-arbítrio e a inteligência para sabermos decidir sobre o que é certo ou errado. Livre-arbítrio significa liberdade de escolha. O homem, então, desde sempre esteve pensando que era livre para ter decisões próprias e ser responsável por elas, cujas consequências poderiam ser-lhes boas ou más. Seus acertos ou seus erros seriam devido ao livre-arbítrio que sempre pensou ser-lhe inerente. Entretanto, o livre-arbítrio que o homem pensa que tem não o livra dos pensamentos inoportunos que aleatoriamente lhe surgem e que lhes são indesejáveis. Algum pensamento pode lhe provocar um forte impulso para que ele venha a praticá-lo e assim cometer prejuízo a alguém. Apenas obedecendo ao impulso como se ele fosse uma compulsão, o homem se esquece que tem a seu dispor a opção de escolha sobre o certo e o errado, mas, neste caso, não a utilizando, o livre-arbítrio não lhe existi.
Mas, voltando a “liberdade de escolha” que é o significado do livre-arbítrio, tal liberdade se define pela programação que o homem recebeu, pelo condicionamento que ele teve durante a sua existência até então. Toda pessoa pensa que ela é só ela mesma, isto é, única, original. Mas, não, cada pessoa além da hereditariedade por ter em si o gene dos pais, e não raro ter também características dos avós (atavismo) ela também é a somatória do seu condicionamento, isto é, de tudo o que lhe foi consciente proveniente de sua relação com outras pessoas, do ambiente em que viveu, das experiências alegres ou dolorosas pelas quais sua memória registrou e etc. Tudo isso esteve contribuindo para a formação da personalidade que faz qualquer pessoa pensar que é uma individualidade independente da formação que lhe ocorreu.
Se uma pessoa cuja personalidade fora formada pelo ambiente do lugar donde sempre viveu, se ela tivesse nascido em outro lugar ou noutro país, a formação de sua personalidade teria sido diferente. Consequentemente, sua liberdade de escolha também seria diferente por causa da programação diferente, por causa do condicionamento diferente. Se o tão falado livre-arbítrio é “dependente” da programação ou do condicionamento e da hereditariedade de cada pessoa que não teve controle sobre essas “incorporações” mentais para a formação de sua personalidade, então, ele, o livre-arbítrio não existe para a pessoa como individualidade, mas, somente para a programação a que ela foi sujeita oriunda da sociedade a que pertence.
Contudo, o livre-arbítrio se é que ele existe, nesta atualidade desastrosa das incompreensões entre os seres humanos que percebemos existirem aqui neste país, ele é inoperante devido ao massacre mental a que o povo vem sofrendo. É muita notícia correta ou incorreta promovida pela mídia e por outros meios de informação. Parece que as pessoas ficam atordoadas e até perdem o poder do raciocínio. Este cada vez mais se tornando ausente e ele sempre fez parte da opção de escolha, escolha pelo certo. Dentre tantas divulgações diárias, sendo filmes, vídeos e etc. algumas podem mesmo conter (mesmo sem querer, risos) efeitos subliminares. Muitas pessoas, se sujeitas a eles passam a ter opiniões ou ideias contrárias ao bom comportamento humano e tenham atitudes vexatórias contra outros que tenham preferências diferentes ou opostas. Hoje em dia com tantas divulgações tendenciosas, os muitos que são influenciados por elas perderam suas livres escolhas. Se Deus deu o livre-arbítrio para os homens faz tempo que eles o perderam e está parecendo que nunca irão recuperá-lo.
Altino Olimpio