Quantos, pelas suas rotinas de seus cotidianos ainda se perguntam
onde querem chegar? É, o dia-a-dia a passar amorteceu nossos antigos
impulsos de quando éramos jovens, para atingirmos uma outra situação,
diferente desta que vivemos. Hoje, nesta situação, sendo aquela
que queríamos ou não, nem mais parece importante se preocupar
com ela, pois, o tempo a passar nos manterá na mesma ou nos colocará
em outra situação. Pelo menos não perderemos tempo atrapalhando
o tempo que possamos perder do nosso apenas passar o tempo que é o nosso
viver. Quantos iludidos tanto se esforçaram para conseguirem uma situação
e o futuro colocou-as em outra? Muitos mapearam suas situações
num lugar do futuro, mas, como não registraram-nas em cartório,
o futuro despejou-as. O futuro parece gostar mais das pessoas que não
ligam para ele, vivem conforme ele vai chegando e ele como retribuição
não lhes causa decepção. E aqueles vivendo situações
desejadas em seus passados e hoje se arrependeram de tê-las desejado?
Muitos ao “programarem” seus futuros, esqueceram que eles seriam
misturados com os futuros de outros, tornados indesejáveis para eles
e agora vivem sem saída de suas situações.
Mas, como está a resposta da pergunta “queremos chegar nalgum lugar.
Talvez não! Conforme temos observado, conseguindo-se estar onde e como
se está já é uma grande conquista neste mundo imponderável
para nossos contentamentos. Termos saúde e não termos dívidas,
simplesmente viver é o maior lucro desejado destes dias. Querer chegar
nalgum lugar?
Qual lugar? Em qual situação? Nós já não
chegamos no nosso lugar e na nossa situação?
Nossa situação é boa porque ficamos assistindo a situação
dos jovens querendo chegar nalgum lugar e na nossa situação sabemos
se o lugar que eles procuram para seus futuros existe ou não.
Estamos bem nas nossas situações, só esperando, esperando,
esperando. Nem sabemos o que, mas, isso não importa. Dormimos, acordamos,
vivemos até dormirmos outra vez e assim todos os dias. Parecemos estar
prolongando o nosso presente numa reta de uma estrada proibida para o tráfego
de futuro. Somos presentes sempre viajando, passando e deixando o futuro para
trás.