Existiram pessoas com amor pela humanidade e tentaram esclarecê-la
sobre a hipnose (matrix) em que viviam. Infelizmente, foram relegadas a serem
somente “distrações intelectuais” para quem as escutou
ou leu seus escritos, porque na prática, poucos assimilaram seus conhecimentos
para com eles conviver e se libertarem pelo menos em parte, da escravidão
mental imposta pelos manipuladores das mentes do povo.
Distrações e preocupações mil afastaram pessoas
de ensinamentos e de quem melhor poderia orientá-las. Se mais vivessem
por si mesmas, talvez nem precisassem de orientações, pois, elas
lhes viriam naturalmente em suas mentes mais livres.
Jesus, não foi ele que disse: “vigiai, vigiai sempre” e alguém
segue este conselho?
“Conheça a verdade e a verdade vos libertará”. Se
Ele voltasse mesmo e sentisse que ninguém conheceu a verdade, talvez
repetisse “Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem”.
Essa nossa falta de consciência, até quando vai durar?
Pedro Navas, um escritor do Rio de Janeiro, mais ou menos duas
décadas atrás, numa entrevista foi taxativo ao dizer que a vida
é um beco sem saída. Convicto ao que disse, logo depois se suicidou.
Era portador de uma mente brilhante, como demonstrou pelo decorrer da entrevista.
Parecia ser conhecedor do fato da vida ser uma prisão ou “matrix”,
assim como foi chamada a nossa prisão naquele filme de “ficção”.
Pedro Navas deu a entender que não havia escapatória. Qualquer
pessoa comum de nível inferior, incapacitada por entendê-lo, por
não compreender o que seria o “beco sem saída” e “não
há escapatória”, o teria considerado louco, isso, se seu
nível mental lhe tivesse permitido assistir a entrevista.
Lá pelos idos anos da Revolução Russa
(1917), o russo Gurdjieff em São Petersburgo já ensinava ao seu
grupo de discípulos que todos os seres humanos mesmo “acordados”
vivem dormindo. No dizer de Gurdjieff, o homem é uma máquina.
Todas as suas realizações, ações, palavras, pensamentos,
sentimentos, convicções, opiniões e hábitos, são
o resultado de influências, impressões externas. O homem nasce,
vive, morre, constrói casas, escreve livros, não como ele quer
que seja, mas como isso acontece. Através da compreensão, chega-se
a conclusão que as pessoas andam, falam, comem, trabalham, casam, divorciam-se
e, de um modo geral, passam suas vidas num estado de desatenção
quase total.
Outro que viveu mais acordado que adormecido foi o Krishnamurti.
Deve ter amado muito a humanidade, pois, como escritor, dedicou sua vida para
ela, escrevendo-lhe como viver sem as mentiras tipo “matrix”. Tentou
(mas não conseguiu) abrir a mente das pessoas para as realidades da existência,
como percebê-las e só aquelas que interessam. Mas, qual o que,
poucos se interessaram em se autodescobrirem. Vivem idolatrados com as ilusões
de seus sentidos e se recusam a abandoná-las. Isso impedem-nas perceber
do existir prazer maior do depois ---pelo menos pela metade--- de se libertarem
do aprisionamento do sistema vigente que, faz com que, as pessoas mais pensem
nelas como sendo o que fazem do que no que de fato são, conforme entendemos
esta insinuação no filme Matrix.
Terminando, “quem é de matrix?” Conscientes ou inconscientes
somos todos nós. Saber da situação só nos leva a
nos isolarmos para fugirmos da condição de antipáticos
perante os outros com “direitos” de nada quererem ouvir.