Muitos, tendo se libertado das mentiras, eles deixam de se
associarem com aqueles das mentiras e nem se associam com os “descobridores”
delas como mentiras. Digamos, eles vivendo suas verdades, vivem separados sem
se comunicarem, não fundam instituições legalizadas para
reunirem milhares de pessoas em auditórios, cada um deles tendo um palco,
donde, possam ser disseminadas as suas verdades.
Então, os possuidores de verdades, talvez por serem egoístas e
gostarem de ver os “semelhantes” perdidos nas mentiras, ---o que
é engraçado---, eles relaxam as verdades, descuidam-se delas e
elas parecem ficar anônimas, existentes em quem só para si cuida
delas. Como desprezadas, as verdades não têm seus “porta-vozes”
como as mentiras têm tantos e tantos as ouvem.
Analisando melhor, as verdades parecem ser frias, simples, tão sem atrativos.
Elas não atrairiam público para assisti-las como consegue as mentiras
e seus espetáculos.
Assim é a situação, a verdade nada faz
para se promover enquanto a mentira tudo faz, até música compôs
para emocionar seus simpatizantes. Uma grande parte deles, apaixonados por mentiras,
fanáticos então, a defendem com unhas e dentes, brigam por elas,
mas, pelo menos não são egoístas, sempre estão a
convidar outros para se reunirem e ouvi-las.
A mentira se organizou, se especializou e dentro da lei se institucionalizou,
sendo inabalável suas “estruturas” até contra terremotos
de opiniões.
A verdade não! Vagabunda sem vergonha, biscatona, não quer nada
com nada, nunca é registrada, vive na informalidade, não promove
espetáculos, não consola ninguém, nenhum livro editou nem
ídolo inventou, vive só com quem quer viver com ela, nada faz
para se multiplicar, vive escondida e quando aparece só cria repulsa,
a verdade é uma desmancha prazeres. Quem terá sido o cara-de-pau
que inventou a verdade? Só podia estar bêbado.