Parafraseando Charles Chaplin
Me apareceu uma voz parecendo ser de um locutor de rádio dizendo ouçam e não requer explicação. Isso foi quando comecei a ouvir orquestrada a música “Luzes da Ribalta” de autoria do famoso que foi Charlie Chaplin. Foi assim que acordei de um sonho. Quando desperto me vieram os pensamentos provocados pela música que em sonho ouvi. Ribalta eram as luzes que iluminavam o palco e os artistas ou atores quando estavam representando uma peça de teatro. “Vidas que se acabam a sorrir, luzes que se acabam nada mais, é sonhar em vão tentar aos outros iludir se o que se foi para nós não voltará jamais, para que chorar o que passou...”
Parece que essa música está a representar os nossos destinos aqui neste mundo. Ele que é o palco donde todos nós representamos as nossas vidas. No mais das vezes repleta de ilusões, de superstições, de ambições, de vaidades, de desejos, de mentiras, de insatisfações, de saudades, de emoções, de traumas, de tristezas e etc.
E com tudo isso aqui acima nós nos esquecemos de viver a vida como deveria ser vivida sem tantos “acessórios psicológicos” que poluem a mente. Conseguiram nos construir um mundo invisível para irmos quando ficarmos invisíveis também. Será que isto também é um acessório ou faz parte de uma realidade que ainda nem todos estejamos convictos?
A vida das pessoas é cheia de episódios como se fossem para formar um enredo de um filme particular a ser mentalmente revivido na velhice quando eles, os episódios “reaparecem” e podem causar saudades, tristezas, decepções e até arrependimentos por termos tido participação em algum deles que foram desfavoráveis para as nossas vidas. No mais, muitos dos momentos vividos na vida mais nos foram de distrações, isto é, ocorreram enquanto estivemos esquecidos de nós mesmos no transcorrer deles e por isso é que muitos de tais momentos são esquecidos.
É mais na maturidade de nossas vidas que nós “vemos um pouco” das ilusões em que podemos ter vivido. Mas, como diz a música “para que chorar o que passou, lamentar perdidas ilusões” se também é ilusão querer apagar da memória as ilusões que foram registradas nela (risos). E assim somos “vidas que se acabam a sorrir”, talvez, a sorrir de tudo o que acrescentamos na memória que é quem é quem somos.
Altino Olimpio
https://www.youtube.com/watch?v=pgMp-DeIqRE