Perus, um pouco de sua história
Neste bairro de Perus, distante cerca de trinta quilômetros do Centro da Capital de São Paulo, do lado de cima dos trilhos da estrada de ferro CPTM está situada a Vila Perus. Do lado de baixo da estrada de ferro situa-se o Perus mais antigo que não fará parte desta história. Sobre a Vila Perus, na década de trinta, muitos dos alqueires de terra local pertenciam ao proeminente político e advogado Dr. Sylvio de Campos, cujo nome também é o nome da principal avenida do bairro ou da Vila Perus. Ele e seus filhos, o Dr. Sylvio de Campos Filho, o Dr. Sylvio Luciano de Campos, o Dr. Carlos Eduardo de Campos e Suzana Leite de Campos eram donos também da Estrada de Ferro Perus-Pirapora construída por volta do ano de 1910.
O primeiro projeto do loteamento da Vila Perus elaborado em 1930 se estendia desde o local ou vila chamada de Triângulo próximo do Rio Juqueri e que faz fronteira com as terras da Indústria Melhoramentos de Papel de Caieiras e o projeto do loteamento se estendia até a divisa com a propriedade de um senhor, mais conhecido na época como Brechó. Tal local estava localizado próximo de onde se localizava o antigo Lixão de Perus. Incrustados dentro do terreno do Dr. Sylvio de Campos existia a fábrica de cimento, e algumas pequenas áreas de terra como a da Vila Operária, e o Jardim do Russo cujo dono foi o Sr. Antônio Russo depois de adquiri-las, talvez, do Dr. Carlos Vicari, possivelmente um médico.
A fábrica de cimento, canadense ainda, ela comprou e anexou a sua propriedade à região ao seu redor. Consequentemente, por volta de 1941 o projeto de loteamento foi reprojetado como atualmente se configura a Vila Perus. O autor do projeto ou reprojeto topográfico foi do Dr. Luiz Carbajo Valiente, espanhol vindo ao Brasil aos oito anos de idade e na época em questão era funcionário da Estrada de Ferro Perus a Pirapora e esporadicamente seus relevantes préstimos profissionais favoreciam também a fábrica de cimento, Fábrica de Cimento Portland Perus.
Consta ter sido o Dr. Luiz o fundador e membro da primeira diretoria do Esporte Clube Portland de Perus. Sob sua orientação, seus dois filhos Newton e Jaime Carbajo Gil e mais o sobrinho Matheus Carbajo Ramos foram seus hábeis colaboradores e continuadores das até então, suas incumbências profissionais como o loteamento aqui em questão após o seu falecimento em 1946 aos quarenta e oito anos de idade. Hoje é um lapso não existir no bairro uma rua com o seu nome para perpetuar sua memória.
Quando da venda da área adjacente da fábrica de cimento que incluía algumas casas inclusive a que residia o Dr. Luiz, para o mesmo foi inserida num contrato uma cláusula delegando a Estrada de Ferro Perus a Pirapora (E.F.P.P.) construir no novo loteamento uma residência com os confortos da época. Essa nova residência antes conhecida como a casa das palmeiras que fica na Rua Antônio Maia e defronte ao Parque Infantil e que hoje é a Escola Tereza Gil de Moura foi a primeira construída na Vila Perus e a primeira do bairro a possuir energia elétrica e água encanada cujo privilégio só possuíam os moradores restritos aos recintos particulares da fábrica de cimento. Atualmente é na Vila Perus que se concentram as instituições financeiras, o comércio e o de agora tráfego intenso e veículos.
Altino Olimpio