O homem deseja sobreviver à morte e depois dela manter a sua consciência, a mesma que lhe é restrita ao seu viver mental e material no mundo em que vive, e neste, é donde derivam suas concepções, conceituações, enquanto possua um corpo físico com um cérebro para que sua consciência possa inteirar-se que vive e onde vive, mas, com o advento da morte e com o desaparecimento do seu corpo, na inexistência de um cérebro para abrigar a consciência, como substituta, o homem acredita ter uma alma capaz de por si só, continuar a ter e ser a sua consciência, independente dos órgãos físicos que antes de sua morte lhe proporcionavam a sensação de possuir um sósia espiritual ou alma. Como isso ainda é improvável, então, isso tudo é uma abstração. Faz com que, o homem imagine um outro mundo invisível para a sua continuidade invisível como pensa ser assim a sua alma. Transfere pra lá seus conceitos, seus sentimentos humanos como se lá seu existir continuasse a ser humano. Sim, o homem inventa antídotos contra a morte. Coitado, tudo inútil. A morte arrebata suas superstições, suas ilusões, suas mentiras confortáveis e, ele, no seu desaparecimento será apenas mais um para ser esquecimento entre os que ficam tendo prosseguimento. Alguma vez isso foi diferente?