02/10/2006
Mundo Inexplorado

Isto fez parte do programa de rádio do dia 03-04-2000.

É na cama que, termina as nossas atividades cerebrais diárias, conscientes. Gradualmente, nosso estado objetivo se enfraquece dando lugar ao nosso estado subjetivo, para também ele perder seu predomínio com a vinda do sono, iniciando assim o preponderante estado subconsciente, inconsciente para nós. No sono, liberto das “amarras” do estado consciente, intelectual, material, o subconsciente como mente, se manifesta através de sonhos e vive ou revive fatos num tempo com rapidez toda própria, diferente do tempo lento do nosso viver consciente quando, para repetirmos os fatos sonhados, requereríamos de muitas horas ou dias para revivê-los. Como tudo isso faz parte de nossa consciência, entendemos que ela utiliza velocidades diferentes de tempo. Uma velocidade monótona para o nosso viver consciente e outra velocidade incrível para o nosso existir subliminar. Se bem que, como alguns entendem, o tempo só existe para o nosso estado objetivo, desperto, e ele, o tempo, não existe para o nosso estado subliminar, subconsciente. Essa diferença com que o tempo se manifesta na nossa consciência ou essa diferença entre o tempo consciente e o não tempo subconsciente, ela já foi notada através do uso de meios artificiais.

Nosso mundo interno ---o subconsciente--- incoerentemente é chamado de inconsciente quando nós é que somos inconscientes das atividades dele. Suas funções, ininterruptas do nosso nascer ao nosso morrer, são preponderantes e predominantes para nos manter vivos e, em seu plano psíquico ou espiritual de ação, o subconsciente executa as suas incumbências, independente da nossa vontade ou conhecimento. Tantas são as incumbências dos nossos subconscientes que nós não percebemos objetivamente. O pulsar do coração, a circulação do sangue por onde ele circula preenchendo os requisitos energéticos de todos os órgãos do corpo, o ritmo respiratório do pulmão, o metabolismo que é o conjunto de transformações químicas mediante as quais, se faz a assimilação dos alimentos, cujas energias são necessárias para nos manter a saúde, nossa capacidade física motora, a renovação de nossas células, o crescer de unhas e cabelos, os avisos sobre o que às vezes negligenciamos como, a sede e a fome levando-nos a atendê-las e tantas outras atribuições pertencentes ao nosso subconsciente das quais, somos inconscientes. Quanto aos atributos psíquicos que o subconsciente dispõe à nossa utilização, poucos deles nós usamos, porque, o restante ainda pertence ao nosso interno mundo inexplorado. Por tudo que é o subconsciente, só ele sim, pode ser considerado como sendo “imagem e semelhança a Deus” e, não nós com nossos corpos e caras de “macacos melhorados”. Isso tem um “cheirinho” de blasfêmia que o apego e o materialismo insuspeito, a ilusão e a vaidade humana, impedem perceber. Indiferente a tudo é ele, o subconsciente, o dono de nossas vidas e, sempre contínuo em seu dever. Ele, também chamado de alma, é uma manifestação da energia da vida enquanto ela temporariamente está contida em um corpo orgânico. Depois da dissolução dele, “sabe-se lá” para onde o subconsciente vai, se é que ele sobrevive sem um corpo material, cujas funções o subconsciente dirigia e sem essa necessidade, invisível, para que ele continuaria existindo? É verdade, nós gostamos de polêmicas.

Altino Olímpio

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