Sobre a atração amorosa entre um homem e uma
mulher, Schopenhauer disse ser ela, uma armadilha preparada pela natureza para
o manter e o multiplicar da espécie humana. O desejo sexual é
o nosso instinto funcionando para atingir seu clímax. Nessa circunstância,
homem e mulher cumprem o objetivo da natureza, a reprodução, a
continuidade da espécie.
Na juventude, nós vivemos o amor sem preocupação sobre
sua teoria ou sua origem. Nós só pensávamos em nos envolver
com alguém e desfrutar de um amor para terminar em sexo.
Primeiro, uma simpatia especial surgia entre duas pessoas de sexos opostos.
Depois a parte mental de ambos facilitava suas aproximações para
ter início o namoro, para, culminar no casamento.
O profundo amor entre um homem e uma mulher, até pouco tempo atrás,
era tido como obra do destino ou algo sobrenatural, transcendente para nossa
compreensão. No século passado, cientistas em seus estudos e pesquisas
de laboratório, levantaram a hipótese do amor ser um produto da
“dança” dos hormônios. Hormônios são substâncias
químicas liberadas na circulação do sangue. São
secreções derivadas das glândulas endócrinas, pequenos
órgãos produtores de hormônios. Basicamente, eles servem
para quatro funções principais: reprodução, crescimento,
produção, utilização e armazenamento de energia
e manutenção das funções vitais como, pressão
arterial, temperatura e etc. Nossos estados de espírito muito tem a ver
com nossos hormônios. O sincronismo, a harmonia entre nossas glândulas
resulta-nos em paz. Algum distúrbio entre elas provoca-nos mal-estar
e outros estados desagradáveis, percebidos, mas, inexplicáveis.
Baseados nisso, no parecer daqueles cientistas, o ser humano
é uma máquina. O que ele é, ele o é por causa de
seu sistema vegetativo. Herança genética, glândulas e hormônios
são os diretores de sua vida. Ditam suas necessidades e seus comportamentos.
Mesmo a depressão, a ansiedade e o medo, têm base química.
O amor também teria uma base química como foi constatado nas outras
emoções? No acreditar dos cientistas, os mensageiros que nos provocam
sentimentos seriam os hormônios do cérebro. Isso desmistifica o
amor, desacreditando-o como sobrenatural. Embora mais percebido como sentimento,
o amor também teria origem na reação química dos
hormônios.
Com o passar do tempo quando caem os níveis de testosterona no marido
e caem os níveis de estrogênio na esposa, dizem, o casal até
fica mais parecido. Em idade bem mais avançada, os níveis de hormônio
mudam de novo. É quando a química corporal do homem e da mulher
fica muito parecida, tornando-os mais compatíveis entre si. O companheirismo
e a profunda amizade entre eles substituem a antiga paixão, o profundo
amor que os uniu. Mais esporádicas, suas relações sexuais
não lembram o “fogo” do amor do passado. O amor passa a ser
a amizade e a consideração entre ambos, mantendo-os juntos.
Terão razão os cientistas ao considerarem o amor
como sendo uma reação química? Quando nossas energias enfraquecem,
o nosso amor carnal continua o mesmo? Mesmo sem amor carnal, o nosso amor por
alguém é sempre o mesmo? Será que não o confundimos
com uma profunda empatia nascida do se estar junto por muito tempo? Sendo mesmo
o amor uma reação química e não uma escolha do nosso
destino, isso seria uma decepção para nós? Antes o amor
era um mistério e agora ao deixar de ser, isto o diminui? Sendo reação
química, inventarão remédio para curá-lo quando
necessário? Serão produzidas vacinas contra ou a favor do amor?
Deixemos estas perguntas para os cientistas. O amor deles é desvendar
mistérios.