Se não bastasse tudo o que já é prejudicial ao povo, ele também é apelidado por palavras bem pejorativas. Quem está no poder político quando se refere ao povo sempre parece que ele é um coitadinho que precisa de proteção dos seus “pais” (os políticos). Um político quando ao povo se refere, às vezes, percebe-se nele uma arrogância imbecil por ele se sentir superior ao povo que ele “representa”. Mas, se a arrogância for devido à comparação entre espertos e tontos, então, o político tem razão. Espertos são os políticos e tonto é o povo. Coitadinho mesmo! Sempre foi sempre é e sempre será enganado.
Falaram-me que no Brasil, país do futebol muita gente tonta do povo vota em ladrão, em bandido, em bêbado e etc. Isso é ser tonto e cúmplice sem querer e sendo coitado por bem merecer. Mas, este texto não é sobre política. É sobre apelidos ou nomes pejorativos que são utilizados com referencia ao povo. Sabe-se de várias instituições que existem e são elas filosóficas, esotéricas, filantrópicas (demagogas) e etc. Algumas delas consideram como “profanas” todas as pessoas do povo que não aderem às suas pretensões de evolução mental e espiritual. Então leitor, se você, embora, bem instruído e até seja um doutor, se você não pertence a nenhuma dessas organizações, saiba que, segundo eles, você é um profano (risos).
Pois é, por alguns anos deixei de ser profano e como voltei a ser do povo, voltei a ser profano (risos). Existe uma religião evangélica que considera como ainda sendo apenas criatura (ainda não é um ser humano completo conforme me foi explicado) qualquer pessoa que não pertença a essa tal de religião. Como dá pra perceber, sempre gente do povo é alvo de desinteresse, alvo de desprezo quando não adere a tais organizações inventadas para atrair ingênuos desejosos de serem iludidos com promessas que não se cumprem. Bem, pelo menos deixam de ser profanos (risos).
Imaginemos um homem que só trabalhou, “deu duro” para criar e educar seus filhos. Nunca teve condições de se dedicar a qualquer estudo ou pertencer a uma dessas organizações que se dizem imbuídas com “segredos” que possam desenvolver a evolução do ser humano. Imaginemos também um de seus filhos sendo membro de uma dessas organizações. Então, ele não é um profano, mas, o pai dele é apesar de tanto ter feito por ele (risos). É pra rir mesmo das imbecilidades humanas. Gozado, esse conceito (profano) “encaixa” bem e é aceito pelos “associados” de tais instituições e eles nem desconfiam que seja ingratidão para quem os criou e educou e às vezes com sacrifícios.
Neste mundo ninguém pode viver em paz como quer, ser apenas o que e como se é sem querer ser diferente, evoluído, inteligente, “irmão”, como querem os charlatões de plantão. Aquele que fica só no como se é sem os acessórios evolutivos (quase sempre ‘enganativos’) fornecidos por essas instituições é deixado de lado considerado como um ser comum qualquer, tratado como sendo “gente do povo”. Muitos (por qualquer fato irrelevante) quando se referem ao povo sempre o considera como não sendo “flor que se cheire” (risos). Apesar disso, ‘na teoria mais prática que existe’ (risos), na democracia é o povo quem manda, isto é, ele detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo. Isso faz parte da velha ciência anedotista tendo sua melhor aplicação no Brasil. Como tantos impostos são impostos ao povo, coitado, ele não deveria ser tratado como sendo o povo.
Altino Olympio