Sócrates, o filósofo grego, ensinava que os
homens fazem mal em perder tempo com buscas só determinadas pela curiosidade
sobre assuntos que lhes importam pouco ou mesmo nada, quando deveriam concentrar
todos os seus cuidados sobre as coisas que dizem respeito à sua felicidade.Epicuro
dizia que a vida prática deve ser não somente a nossa principal,
mas, também a nossa única preocupação.Não
há felicidade possível para o homem enquanto está atormentado
pelo medo da morte e pelo medo dos deuses, é preciso, portanto, libertá-lo
desse medo, fazendo-lhe conhecer as leis e princípios da natureza. Não
devemos de modo algum inquietar-nos com os problemas que não têm
relações com a vida prática.
Dá pra entender ---parece tão difícil---nosso
viver preocupado com a garantia de um porvir, aquele depois da morte, isso deve
ser desprezo da vida que vida só é enquanto aqui.
Por que perdemos tempo com o que é incerto se nem pelo que é certo
entendemos?
Depois da morte quando o corpo se desintegra, desaparecendo nosso cérebro,
neurônios, sistema nervoso, como continuaremos com nossa sensibilidade,
raciocínio, memória, emoção, amor, devoção
e etc? Esses atributos humanos são constituídos para a existência
da vida daqui deste planeta e não para serem funcionais onde não
haja órgãos físicos que possam ser-lhes instrumentos para
suas manifestações. Sem tais atributos, não se é
consciente e não se existe para confirmar continuidade extracorpórea.
Aqueles dois filósofos do início, com suas intenções
de esclarecer o povo, deviam saber como o poder das incoerências dificultava
a lógica das pessoas. E neste início de século, mais de
dois mil anos depois, a situação permanece inalterada, porém,
ampliada.
O ser humano é parecido com um computador. Ele também é
programado e lhe é difícil livrar-se de sua programação
e substituí-la por outra para ---como dizem--- mudar de paradigma. Depois
do ingresso de sugestões e o aceite delas como verdades, como valores,
tais sugestões dificultarão o substituir delas por outras sugestões
mais atuais, inovadoras ou modificadoras delas que são antigas ou ultrapassadas.
O computador torna-se obsoleto na seqüência em que outros vão
sendo fabricados com maiores recursos para operações mais avançadas,
mais rápidas e programas mais completos, “mais pesados” não
possam ser inseridos no computador antigo.
O homem também se torna obsoleto se insiste em manter em sua programação
(conceituação) as mesmas “verdades” improváveis,
elas sendo-lhes a conseqüência de avarias em seu sistema de recepção
de renovações conceituais mais fidedignas.
Apenas continuará vivendo estagnado com suas idéias, sendo inútil
para assimilar evoluções e acompanhar o progresso mental da humanidade.
Sempre será um ser humano comum retido em suas ilusões, superstições
e em hipóteses utópicas, aquelas tão apregoadas que são
incompatíveis com a realidade da existência, onde até agora,
só a razão foi suprema para as realizações humanas
e seu progresso intelectual.
Muitos deveriam mesmo acatar os conselhos daqueles dois filósofos do
início para não se perderem em seus labirintos mentais e resgatarem
suas condições de viverem na lógica, porque, tudo antes
de ser lógica precisa ser provado para ser transpassado para a utilização
de todos que queiram. A fé também é ilógica e por
ser assim, é enaltecida e muito elogiada, só que, sua eficácia
para um é de difícil comprovação para outros a não
ser que os outros a comprovem pela fé também, mesmo sem serem
igualmente beneficiados com o que “a fé promoveu para um”.