Melhor seria se perguntar porque estamos aqui
Já que fomos à consequência de uma causa
E nos tornamos o efeito causado por outros
Como eles também foram causados por outros
Resultantes do prazer entre homem e mulher
E na inconsciência nós entramos no mundo
Quando ficamos conscientes tudo já era
Nada havia a fazer a não ser ter que viver
Faz parte da natureza da espécie humana
Estar sob o domínio do poder do sexo
Não é sem nexo dizer que é de donde emana
Toda trama de provocar o nascer de crianças
Nisso os pais são aqueles que já foram filhos
E os filhos sem empecilhos também serão pais
Todos descendentes e procedentes de um coito
Numa volúpia entre dois muito afoitos
Servindo para descarregar energia
Começando com afagos termina em orgia
E fatalmente sempre acaba em gestação
Disso não se sabe o que vai ser quem nascer
Poderá ser inteligente ou mesmo um otário
E ser operário neste país agora sem trabalho
Quando se nasce a cabeça é toda vazia
Logo ela fica recheada de mentiras
Para viver no mundo sem ter sabedoria
É difícil nascer gozando de grandes faculdades
E se sobressair do banal e trivial da humanidade
Para o mundo viemos sem querer e sem prever
Resultantes do acaso de uma união sexual
Para sermos incluídos nas contingências do viver
E na verdade ninguém sabe porque estamos aqui
Talvez só seja para viver e depois morrer
Isso com certeza todos sabem, além disso, não
Entretanto se somos ou não uma obra do acaso
Isso é um caso que têm diversas opiniões
E entre todas ainda não existem as soluções
Aqui nascemos e é melhor vivermos sem pensar
Se tudo foi pra nossa sorte ou pro nosso azar (risos)
Altino Olimpio