A música de autoria de Charles Chaplin (o Carlitos) “Luzes da Ribalta” é dedicada a vida dos artistas em seus fins de carreira. São como o apagar das luzes “como se apagam as luzes (da ribalta)” que iluminam os artistas no palco quando terminam as suas representações. Eis a letra da música traduzida para o idioma português: Vidas que se acabam a sorrir/Luzes que se apagam, nada mais/É sonhar em vão, tentar os outros iludir/Se o que se foi pra nós/Não voltará jamais. Para que chorar o que passou/Lamentar perdidas ilusões?/Se o ideal que sempre nos acalentou/Renascerá em outros corações.
Nós que não somos artistas temos que fingir ser para podemos viver neste teatro que é o mundo. Lá do palco deste mundo (da humanidade) nos vem tudo o que preenche as nossas cabeças para representarmos o que somos ou o que pensamos ser: Eu sou isso, penso assim, tenho opinião, creio nisso, tenho um ideal político, um time de futebol, uma filosofia de vida, sou religioso, Deus me ama, quando morrer vou para o céu, vou morrer mas vou voltar e etc. Tudo isso é o que foi enfiado na cabeça das pessoas para elas serem o que pensam ser. “Sem a identificação com tais conceitos” que lhes foram enfiados em suas cabeças desde que nasceram e que formaram as suas personalidades... Quem seriam elas?
Na velhice quando mais as vidas se acabam, antes disso as luzes que iluminaram a nossa existência com as ilusões e com as superstições se enfraquecem e mesmo se apagam para aqueles que chegam a desacreditar nos conceitos duvidosos que lhes foram inculcados durante as suas vidas. Ao observarmos os velhos, não todos, “os que vivem mais quietos e esquecidos das tantas coisas que ocuparam os seus pensamentos”, até parece que eles se sentem aliviados de seus passados de quando foram vítimas dos enganos e das mentiras que lhes foram promulgadas.
Este link é da música “Luzes da Ribalta” cantada pelo saudoso Jorge Goulart https://www.youtube.com/watch?v=vD2xE6Yswak&ab_channel=IrapuanMarquesdaSilva
Altino Olimpio