18/04/2006
Buda

Cerca de seis séculos antes de Cristo nasceu um príncipe indiano de nome Siddhartha Gotama. Criado no luxo e tendo recebido a educação de um príncipe, ele se casou e teve um filho. Dotado de natureza contemplativa e de compaixão, não conseguiu desfrutar dos prazeres de uma existência material que a realeza de sua morada favorecia. Não conhecera desgostos, mas, sentia muita compaixão pela condição de sofrimento da humanidade. Vivendo no luxo e no conforto se deu a perceber da dor do mundo. Com toda a fartura e facilidade de entretenimentos, o palácio perdeu seu encanto, não mais sendo um lugar apropriado para um príncipe desperto para a compaixão. Desgostoso da vaidade das sensualidades, aos vinte e nove anos de idade, ele renunciou a todos os prazeres mundanos e com uma veste amarela simples de asceta (aquele que se dedica a exercícios de oração, meditação, mortificação do corpo e etc., que visa à conquista das virtudes espirituais), sozinho pôs-se a vagar em busca da verdade e da paz.

Naqueles dias se acreditava que a libertação só poderia ser alcançada se o indivíduo praticasse um rigoroso ascetismo e ele exageradamente praticou-o de todas as formas. Em vigílias cada vez mais longas e penitências cada vez mais severas, seus esforços sobre-humanos duraram seis anos. Seu corpo foi reduzido a quase apenas pele e osso. Quanto mais se torturou mais sua meta se afastou. As dolorosas austeridades que contra si praticou, comprovaram-se totalmente inúteis. Por experiência, entendeu a futilidade da automortificação que enfraquecera seu corpo. Aproveitando dessa experiência, decidiu seguir um rumo independente, evitando os dois extremos: autogratificação e automortificação. O primeiro retarda a evolução espiritual e o segundo enfraquece o intelecto. O novo rumo que ele descobrira era o “caminho do meio”.

Numa manhã enquanto ele estava absorto numa profunda meditação, sem ser auxiliado por qualquer poder sobrenatural, exclusivamente dependendo de seus próprios esforços e de sua sabedoria, eliminou todas as impurezas e purificou-se. Percebendo as coisas como elas são realmente, atingiu a iluminação aos trinta e cinco anos de idade. Desde então, dedicou sua vida a servir a humanidade, sendo assim, bem sucedido por quarenta e cinco anos e como qualquer ser humano faleceu aos oitenta anos. Buda, nenhuma insinuação deixou para que fosse considerado um ser divino imortal, porém, nunca houve um instrutor “tão sem divindade como o Buda, e, no entanto, tão divino”. Como homem ele alcançou a iluminação e anunciou ao mundo as possibilidades latentes do poder no e do homem, para separá-lo do sofrimento. Ao invés de colocar um Deus Todo-poderoso e invisível acima do homem, controlando o destino da humanidade e mantendo-a subserviente a seu poder supremo, o Buda elevou a dignidade do ser humano. Ele ensinou que sozinho o homem pode alcançar a libertação da prisão de sua ignorância e a purificação por seu próprio esforço sem depender da pueril mediação de intermediários, levando-o a se deixar conduzir por um poder transcendente, portanto... Abstrato.


Altino Olímpio

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