26/09/2006
A Linha Da Vida

No programa de rádio e na madrugada do dia seis de abril de dois mil e um, depois de um assunto sobre lembranças do passado, emendamos este:

A vida é como se fosse uma linha contínua. Não sabemos onde ela começa ou onde ela termina. Não sabemos de onde ela vem, nem para onde vai. Quando nascemos, parece que embarcamos em algum ponto da linha da vida em movimento e nosso corpo seria um bilhete ou passagem para viajarmos por ela. Quando morrermos, parecerá também, que, esgotou o tempo e a distância do percurso válido pelo nosso corpo, isto é, nosso bilhete de passagem pela linha da vida. É quando desembarcaremos na Estação Imprevisível, pois, nossa passagem, ou melhor, nosso corpo, terá perdido a validade para seguir a linha da vida e sem ela ele não poderá prosseguir. Depois de nossa última estação, o trem da linha da vida seguirá rumo ignorado por nós. Claro, com nossa passagem (corpo) vencida não teremos mais consciência para saber. Entretanto, antes do nosso desembarque na última estação, com o que ainda nos restar da validade de nossa passagem, poderemos abrir as nossas bagagens. Nela veremos lembranças de imagens de nossas viagens, veremos rostos de nossos avós, nossos pais, nossos cônjuges, veremos os rostos de nossos filhos, nossos netos, parentes, amigos, festas, alegrias, dificuldades, tristezas, enfim, circunstâncias que, vivemos enquanto estivemos num trecho da linha da vida. Ao perder sua validade, a passagem ou bilhete que somos, ele será tirado de circulação e desaparecerá para sempre.

Explicação: Isto que difundimos pela região de Caieiras naquela data que citamos, sofreu alguma alteração para melhor se adaptada para este jornal, nesta data. Um assunto como este era motivo para alguns ouvintes (poucos) nos criticarem. Por causa desses assuntos e mais por nossas brincadeira consideradas “pesadas”, nós ganhamos algumas inimizades e vários apelidos como: louco, mal educado, diabólico, polêmico, fofoqueiro e outros esquecidos neste instante. Também, por telefone, alguns ouvintes nos xingaram violentamente durante o programa. E quando nos xingavam, como também o programa, nós, já mais “traquejados” naquela incumbência de entreter nossos ouvintes, ao desligar o telefone, falávamos assim ao microfone: “Que bom, agora mesmo, um (ou uma) ouvinte telefonou-nos e disse que o programa está muito bonito, está ótimo e que este programa perdure para sempre”. Depois dessa, nem é bom imaginar como o (a) ouvinte reagiu. Foi uma época muito divertida e, também ganhamos muitos amigos e alguns ainda nos perguntam se aquela estação de rádio voltará a funcionar. Pois é! Aqueles quase sete anos de programa de rádio, fizeram parte de um trecho da nossa linha da vida que, guardamos nas nossas lembranças.

Altino Olímpio

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