Penso, logo existo (René Descartes 1596-1650)
Em algum momento do tempo paramos para pensar que em muitos dos nossos momentos estivemos desatentos sobre nós mesmos? Em quase todos os momentos de nossa vida não estivemos nós dedicando o nosso pensamento a tudo que pertence ao que nos é exterior? Nosso cérebro é invadido por tudo o que nos vem de fora. Tudo fica gravado na memória ou no subconsciente e que, sem percebermos são a causa de muitos de nossos pensamentos cotidianos, os mais comuns. Os pensamentos “mais” nos ocorrem quando eles querem e não quando nós os queremos.
Por isso pode-se dizer que nós não somos uma originalidade própria. Somos o acúmulo do que nos está registrado e encalhado na consciência. Tudo o que nos está memorizado é que é responsável pelo aparecimento dos pensamentos aleatórios que nos surgem. Nos nossos momentos na vida quando não estamos ocupados com trabalho, no “sem fazer nada” a nossa memória “vaza” para a consciência lembranças impedindo assim que fiquemos sem pensamentos. O cérebro nunca para de pensar. Ele nos escraviza às suas divagações até quando se queira ficar sem pensar como quando se tenta meditar.
A maioria das pessoas se deixa prender pelos seus pensamentos que até se esquecem donde estão e até de quem são. Quando pessoas se distraem assim, parece que elas ficam num estado hipnótico ou, dormindo acordadas. Na ausência de preocupações e de dissabores que a vida às vezes possa nos trazer, o pensamento fica mais “solto” para se concentrar em si mesmo atento aos momentos em que ele está num “silêncio” interno dos poucos pensamentos. É nessa circunstância de poucos pensamentos ou quase nenhum é que se consegue sentir uma paz interior diante desta época repleta de tantos problemas sociais que nos afetam.
Altino Olimpio