09/02/2009
Pelos poderes do filósofo

Meus Poderes

 

Se o aqui escrito é muito pessoal é porque a vaidade sempre se nos faz mais forte. Às vezes não é bom divulgar qualidades próprias porque os conhecidos costumam exculancharem. Todavia, eles e a maioria nunca se importaram com suas evoluções, sejam elas mentais ou espirituais. Sabendo-me “um escolhido” procurei por desenvolvimento psíquico numa escola secreta onde o acesso é para poucos e vetado para os mentais incapazes. Facilmente aprendi a arte de “cura à distância” e com isso, pessoas e mais pessoas foram curadas sem mesmo saberem como, e nem eu. Quase consegui materializar novamente o dedo que falta na mão do conhecido, nacional e internacionalmente, Lula. Força contrária indenizatória impediu-me. Tendo sido encarcerado por causa da reação dos médicos legais, agora só socorro quem não tem plano de saúde e mesmo assim em segredo. Também pertenço a um sistema de curas liberado pela justiça, aquele de imposição com as mãos. Afastei-me temporariamente dessa prática porque tendo absorvido, puxado muitos males das pessoas, minhas mãos ficaram repletas de calos e a dor na região das axilas ainda não passou. Atualmente minha maior especialidade é sair do corpo, isto é, viagem astral, projeção astral e etc. Uma vez, assim desincorporado foi fácil visitar uma amiga ainda bonita. Consegui passar pelo seu “Guardião do Umbral” também chamado de anjo da guarda, nosso protetor no mundo espiritual. Não sabia, mas, ela estava pelada. Sem querer fiquei vendo suas muitas celulites e seus seios murchos, dependurados e, suas carnes soltas não tão comuns nessa fase da melhor idade. Felizmente ainda me mantenho com as condições físicas perfeitas, graças ao aprendizado secreto obtido na minha escola esotérica. Depois daquela “visita” vi a amiga num baile. Tirei-a para dançar e logo nos intimidamos ao dançar de rosto colado. Talvez, por culpa da cerveja, cometi um engano ao lhe contar com todos os detalhes, sobre como eu a vi sem roupas. Bruscamente ela interrompeu a dança e foi se sentar em sua mesa de baile. Parecia ter ficado zangada, pois, de longe eu a via batendo com o punho na mesa e seus movimentos labiais pareciam emitir sons xingando minha mãe. Depois, quando já em casa e na cama, a reprimenda dos mestres cósmicos foi violenta: Você, um iniciado, um escolhido, como pode revelar tais segredos para quem não está preparada para assimilar nossos ensinamentos ocultos? Ameaçaram-me tirar todos os meus poderes. Seria cruel, como iria conseguir viver sem eles? Pior, perderia as aulas “pessoais” ministradas pelos mestres invisíveis com os quais já era bem íntimo, como o Conde de Saint Germain, Mestre Moria e outros. Deixaria de viajar sem o corpo para assistir os rituais nas pirâmides do Egito. Perderia o envio de mensagens telepáticas para os amigos, perderia o poder de voltar no tempo, quero dizer, perderia o poder da regressão e não mais poderia ver-me além, isto é, antes da minha concepção uterina. Depois da admoestação dos mestres não mais ousei revelar segredos para quem eles sejam impróprios. Hoje me disfarço de aposentado e assim engano bem os amigos e todos os que se aproximam. Porém, nunca deixo de incentivá-los para “a grande busca” da verdade da vida, principalmente aqueles receptores de um aviso do alto, como por exemplo, um teto desabando na cabeça, ter saído ileso das enchentes, não ter sofrido acidente na volta de uma romaria, ter sobrevivido a um infarto fulminante e outros.


Altino Olímpio

Leia outras matérias desta seção
 » Várias crônicas para distração
 » Nossos mentores invisíveis
 » Não dá para dispensar os pensamentos
 » Para descontrair
 » Noite emocionante
 » Correspondência antiga entre dois amigos
 » Diversas crônicas Altino
 » É bom viver no silêncio da Solidão?
 » Frases instrutivas
 » Quando nós nos sentíamos importantes
 » Todos têm seus tempos 
 » Pensamentos e mais pensamentos 
 » Quando nós somos nós mesmos?
 » O que será que ainda vai nos acontecer?
 » Pensamentos esparsos
 » Imitando Fernando Pessoa
 » Parafraseando Charles Chaplin
 » O mundo se descortinava na escada
 » Nascer é o substituir do que está a morrer
 » Antigamente se dizia que a vida já era uma escola

Voltar