Já criticamos um autor (krishnamurti) por ele delongar
demais em seus escritos repetindo-o em demasia, parecendo tratar seus leitores
como crianças difíceis de entender um tema qualquer. Longe de
depreciar suas argumentações válidas sobre os vários
temas que ele escreveu, só estamos chamando a atenção para
“o muito explicado” dos seus escritos. Contudo, devido à
falta de concentração de muitos leitores (aquela de ir lendo e
se esquecendo do que já se leu num mesmo livro e as partes esquecidas
sendo integrantes para sua compreensão final) temos que aquiescer com
o seu estilo simples e detalhado de narrar.
Nós, deste jornal eletrônico “A Semana” da cidade de
Caieiras já ouvimos críticas construtivas sobre nossa maneira
de escrever. Dizem que somos sucintos demais e nossos assuntos requerem maiores
explicações, pois, os mesmos, às vezes não são
habituais entre as pessoas e isso dificulta a compreensão deles. Agradecemos
essas críticas construtivas, inclusive aquelas sobre palavras pouco usuais
que possam confundir alguns leitores. Porém, acreditamos ser improcedente
o atual costume de vulgarizar o nosso idioma para torná-lo mais compreensível
para a maioria. Seria a nossa cumplicidade para mantê-la estática
num nível inferior de assimilação. Quanto a sermos breves
com os nossos temas, acreditamos ser de melhor proveito à variedade deles
do que nos estendermos em poucos com eles exigindo maior tempo de leitura.
Causa algum espanto quando pessoas portadoras de diploma de
“cursos superiores” demoram a entender uma frase de fácil
compreensão como esta: “És senhor das palavras que não
pronunciaste e escravo das que proferistes”. Seus sentidos auditivos podem
estar desabituados com a pronúncia das palavras dessa frase. Por isso
é comum pedirem para repeti-la e melhor se concentrarem nelas para poder
entendê-las. Para pessoas com pouca instrução ou de pouca
leitura, mesmo depois de várias vezes repetida à frase em questão,
para muitas, ela não será entendida, por elas serem desprovidas
de sinônimos com a mesma significação para confrontá-los
com o que de “diferente” venham a ouvir.
Vamos repetir a frase e depois torná-la diferente mantendo
a mesma significação: “És senhor das palavras que
não pronunciaste e escravo das que proferistes”. Podemos verbalizá-la
assim: Você é o dono das palavras que não falou, mas, é
escravo daquelas que falou. Digamos que a primeira frase mais seja usada como
conteúdo de um livro, pois, no mesmo, seu autor possa querer utilizar-se
da prerrogativa de se dirigir a um público mais instruído. Na
outra frase, escrita diferente e embora com o mesmo significado, sendo mais
popular, seria ela para o nosso dia-a-dia com palavreado mais simples e comum.
Entretanto, isso distingue o nível intelectual entre pessoas, colocando
umas de um lado e outras do outro. Aquelas que entendem a frase primeiramente
como foi escrita, entendem também quando ela é pronunciada com
os recursos do linguajar comum que é acessível a todos. As outras
só entendendo a frase quando ela é pronunciada ao nível
popular comum, não a entendem quando ela é dita em outro nível
com sinônimos que lhes são desconhecidos. A seguir, vamos discorrer
sobre as conseqüências que o descuido do “lembrete” da
frase pode causar.