Quando se abre a portinha de uma gaiola e o pássaro que está dentro dela há muito tempo não quer sair para a liberdade, isso é como o homem que por muitos anos esteve envolvido com superstições e ilusões e não quer abandoná-las mesmo que se lhe abra a janelinha de seus olhos para que ele enxergue a realidade e se liberte de suas fantasias mentais.
A maioria de suas fantasias foi adquirida de outros, que por sua vez, também adquiriram de outros e assim sucessivamente. O homem por si mesmo não cria as suas próprias fantasias, pois, pela preguiça mental ou desinteresse ele prefere se relacionar com as fantasias já existentes, aquelas já mais popularmente conhecidas. È por isso que por aonde ele vai sempre ouve as mesmas histórias, idéias ou imaginações porque elas estão frequentes no imaginário popular.
O pássaro por já estar velho não quis alçar vôo para a liberdade. Prisioneiro na gaiola como foi condicionado a assim viver logo ele morreu. E o homem que tem dentro de si um sem-fim de impressões, mais ele vive em seu estado subjetivo donde “povoam” as suas ilusões, suas superstições e suas fantasias, que, nenhuma relação elas têm com o cotidiano da vida. E com isso tudo ele morre sem ter um vislumbre da liberdade que teria tido se tivesse se livrado de teorias, idéias e imaginações que não se sustentam como realidade. Mas, quais são as teorias, as fantasias, as superstições e as ilusões?
São todas aquelas que iludem os que se “alimentam” com elas.
Altino Olimpio