Desde sempre os aprendizados se realizaram entre os seres humanos. Uns ensinaram outros o que sabiam fazer e os outros por sua vez ensinaram outros e assim sucessivamente. Tratando-se de profissões, citando uma das mais antigas, como exemplo, temos a de “carpinteiro” que, como consta na Bíblia era a profissão de José, o pai de Jesus. E Jesus era chamado de “o filho do carpinteiro”. Ainda hoje, um carpinteiro que de fato conhece bem todos os recursos de sua profissão, pode muito bem ensinar tudo para um jovem aprendiz que esteja sob sua subordinação. Fácil de entender, tal carpinteiro transfere para o seu discípulo o que ele tem de experiência, vivência, conhecimento prático, objetivo e real.
Entretanto, principalmente nesta era, muitos “ensinamentos” tidos como práticos e necessários existem para a evolução humana, sejam eles psicológicos, filosóficos ou religiosos. Mas, infelizmente, sem terem sido vividos, sem terem sido conhecidos na prática e sem terem tido a experiência real de quem os ministra para outros. Isso sempre foi praxe em várias instituições de ensino, aquelas tidas como esotéricas ou ocultistas. Em instituições religiosas também é comum o enveredar por caminhos do além jamais percorridos por quem ensina e “confirma” a existência deles.
No cotidiano temos muitos bem intencionados que se instruíram e se tornaram “autoridades” para transmitirem a outros as idéias de seus conhecimentos que transcendem a experiência sensível e objetiva... Conhecimentos adquiridos apenas por suas instruções. Contudo, nenhum deles viveu ou teve experiência fidedigna daquilo que transmitem como sendo real. Nisso falta-lhes a autenticidade e por isso não podem ser exemplos ou testemunhos dos fatos ou verdades que exteriorizam para outros. Também, se fôssemos esperar que os proclamadores de tais verdades objetivamente intangíveis tivessem-nas vividos para poderem relatá-las, não teríamos ninguém para nos expor tais ensinamentos, aqueles que nossas consciências não conseguem conferir enquanto estamos vivos. Então, que falem aqueles que acreditam no que falam e que ouçam aqueles que acreditam no que ouvem.
Altino Olympio