Modificação só existe no imediatismo de cada um conquanto seja na mesma rotina monótona. Às vezes, como um brinde das esferas, um facho de lucidez momentânea desligando o automatismo de alguém, o coloca na interrogação sobre a sua existência: Valerá a pena tudo isso da minha vida? Não serei também do mesmismo de todos? Se assim cada um se perguntasse poderia se perceber como é enquadrado nos mesmos paradigmas vividos por outros. As duas perguntas repercutem entre os inconformados com as suas situações e anseiam por tentar modificá-las. O se perceber vazio de valores já é um solavanco para abandonar, mesmo aos poucos, o viver desperdiçado nos mesmos hábitos enfadonhos do igualar dos dias tornados constância sem mais nada poder acrescentar de útil.
Quando nos tornamos independentes dos hábitos diários, inclusive daqueles com relacionamentos humanos, outros podem vir substituí-los como sendo mais úteis para atender a inconformada situação sentida. Nessa mudança de hábitos, pessoas envolvidas com os anteriores, elas podem se sentir preteridas e se magoarem vendo-se ausentes nos hábitos substitutos dos antigos. Entretanto, se eram habituais poderiam possuir diversificações para alterar seus jeitos de ser como as conhecemos e então, nos acrescentar inovações? Mais provável a resposta é não. O “doa a quem doer” é imprescindível para quem anseia desprender-se dos mesmos costumes e mesmo das pessoas quando já podem ser considerados empecilhos por quem desperta para o desejo de uma transformação na vida.