Vamos “ouvir” a conversa entre Morfeu e o Neil
do filme Matrix:
---Você acredita em destino Neil?
---Não! Porque não gosto da idéia de não poder controlar
a minha vida.
---Há alguma coisa errada com o mundo. Você sente isso e não
sabe o que é.
---É Matrix?
---Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda a
parte, está a nossa volta. Você a vê quando olha pela janela
ou quando liga a televisão, você a sente quando vai trabalhar.
Quando vai a igreja. Quando paga seus impostos. É o mundo que acredita
ser real para que não perceba a verdade.
---Que verdade?
---Que você é um escravo, Neil! Como todo mundo, você nasceu
em cativeiro. Nasceu numa prisão que não pode ver, sentir ou tocar.
Uma prisão para sua mente. Infelizmente não se pode explicar o
que é Matrix.
Já teve um sonho, Neil? Que parecesse realidade? E se não conseguisse
acordar desse sonho como saberia a diferença do sonho e do mundo real?
Numa outra conversa e numa engenhosa ficção,
os dois estão dentro de um programa de computador e o Neil com a mão
numa poltrona pergunta para Morfeu:
---Isto não é real?
---O que é real? Como se define o que é real? Se você se
refere ao que pode sentir, cheirar, provar e ver, então real são
apenas sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro.
Numa outra cena do filme temos Morfeu a dizer:
---Matrix é o sistema Neil. Esse sistema é nosso inimigo. E quando
está lá dentro do sistema o que vê? Executivos, professores,
advogados, carpinteiros, etc; as mentes das pessoas que estamos tentando salvar,
mas, até que o façamos essas pessoas continuam sendo parte do
sistema e isso as torna nossas inimigas. Deve entender que a maioria dessas
pessoas não está pronta para ser “desplugada”. E muitas
estão tão habituadas, tão irremediavelmente dependentes
do sistema que irão lutar para protegê-lo.
Então, deixaram “abrir o jogo?” O filme
não passou pela censura? Deveria, pelo menos seríamos protegidos
de nós próprios com o peso do sabermos sermos marionetes. Explicado
também está a omissão de muitos que, utilizam-se dos meios
de comunicação, como, por exemplo, através de seus escritos,
onde só fazem “media” e só obedecem as suas vaidades
para se promoverem. Além de extravasarem suas vaidades, seus “ganha
pão” são migalhas que o sistema lhes destina para se distraírem
e distraírem outros de seus compromissos consigo mesmos. Por outro lado,
se tentassem “abrir a mente” do povo, este, os consideraria como
sendo desserviço contra o que lhes agrada. “Enxergando” de
um outro ângulo, alguns até mais esclarecidos, por medo nada escrevem
contra o sistema. O sistema permite o discorrer sobre seus efeitos, mas, jamais
sobre as causas. Mesmo que alguém quisesse, encontraria por onde divulgar?
Se encontrasse, saberia quem acusar? Se soubesse, teria coragem de delatar?
Se delatasse, alguém escutaria para poder acreditar? Se escutassem e
acreditassem, poderiam reagir e saberiam contra quem?