Como indivíduo o ser humano torna-se divino, mas como
grupo, freqüentemente reduz-se à sua natureza mais inferior. As
massas ou turbas são sinônimas de ação ignorante
e mal-orientadas. A consciência humana é capaz de coisas melhores
que as expressam em ação de massas. Quando as sociedades e as
teorias políticas colocam o valor do Estado acima do valor do indivíduo,
quando tentam, como acontece, subordinar o indivíduo à vontade
dos grupos, então, ao invés de estarem elevando os grupos ao nível
intelectual, moral e ético do indivíduo, estão trabalhando
contra os princípios da evolução. A evolução
deve ocorrer no indivíduo e depois se espalhar pela sociedade. Para que
o indivíduo preencha seu lugar de direito no esquema cósmico,
deve desenvolver os atributos que o farão uma entidade racional, inteligente.
O homem deve apreender a natureza de sua consciência, quais as suas funções
e o modo de utilizá-las.
Sobre o ego, Jung disse: “O ego é um complexo conjunto de dados
constituído em primeiro lugar dum organismo de existência e, em
segundo lugar, de dados de memória. Temos certa noção de
existência devido a uma longa série de impressões da memória.
Esses dois são os principais constituintes do que chamamos ego. Por isso,
podemos considerar o ego um complexo de fatos psíquicos. Esse complexo
possui grande poder de atração como um magneto. Ele atrai conteúdos
do inconsciente, daquele reino obscuro sobre o qual nada sabemos. Atrai também
impressões do exterior que, quando entram em associação
com o ego, são conscientes. Quando não entram em associação
com o ego, não são conscientes”.
Nesta definição aplicada ao ego, mais ou menos
entendemos como sendo o ego, o nosso estado consciente. A consciência
evidencia-se em duas formas: a consciência objetiva ou material ou intelectual
e a consciência subconsciente.
A consciência objetiva é a mente do cérebro. É o
meio pelo qual temos consciência de nós mesmos e é o receptor
das sensações que nos dão o conhecimento do nosso ambiente.
Pensamos e temos nosso ser na mente objetiva.
O subconsciente é a região logo abaixo do nível da consciência.
É a região da memória, das experiências passadas.
A maioria dessas experiências facilmente recordáveis, razão
porque, são chamadas de recordações.
Se perguntarem nosso nome, a reação normal é lembrá-lo
imediatamente. O mesmo processo de recordação aplica-se a todos
os fatos comuns. Conforme nos servimos cada vez menos de certos conceitos ou
idéias, e à medida que envelhecemos, o processo de recordação
é às vezes, menos acurado do que gostaríamos que fosse.
Consciência refere-se normalmente a ambas áreas, a objetiva e a
subconsciente, que não passam de termos relativos. Não existe
estado que seja puramente objetivo e estado que seja puramente subjetivo, do
mesmo modo que não podemos separar do sol a luz e o calor.
Ambas são parte da radiação do sol, assim como a consciência
objetiva e a subjetiva fazem parte da consciência.