Talvez tenha sido no fim da década de cinquenta do século passado que estive lá no Largo do Paissandu da Cidade de São Paulo para ver dentro de uma urna de vidro e tendo cobras ao seu lado o faquir brasileiro Silki deitado numa cama de pregos. Jovem ainda e apenas envolvido com os prazeres da juventude eu não me importava em saber das proezas incomuns praticadas por homens, cujas façanhas provocavam admiração pública. Anos depois é que minha curiosidade despertou para o interesse de querer saber sobre as possíveis condições que o ser humano poderia ter para desenvolver o expandir de sua consciência.
Nós temos ações que são voluntárias como, olhar, andar, comer, falar, se mover e etc. Entretanto, acredito ninguém tem o controle sobre o funcionamento do seu corpo. Mas, como noticiado por todo o mundo, parece que os faquires da Índia têm tal controle, como parar a respiração, diminuir o batimento cardíaco, dominar a dor, ficar sem comer, serem enterrados vivos e etc. Pelas histórias fantásticas sobre eles, supostamente são considerados sagrados por uma grande parte do povo da Índia. No entanto, suas façanhas físicas e impressionáveis parecem que só servem para exibição. Que utilidade eles tiveram para a evolução da humanidade? Às vezes penso nas tantas superstições e ilusões em que parte do povo se envolve, as defendem “com unhas e dentes” como se fossem reais. Mas, suas práticas impraticáveis não levam a lugar nenhum. O iludir e ser iludido faz parte da distração que muitos procuram para “evolutivamente” se entreterem com “coisas” imateriais.
Altino Olympio