Certa vez de quando eu trabalhava num escritório de engenharia na Rua Haddock Lobo da Cidade de São Paulo, seus dois proprietários, o engenheiro David e o engenheiro Tuyochi me convidaram para almoçar num restaurante macrobiótico cito à Avenida Rebouças. Lá, enquanto estávamos saboreando aquela comida boa para quem não se importa de desagradar o paladar, o engenheiro David estava se queixando da invasão de formigas no jardim da casa dele, quando um senhor que estava junto à mesa ao nosso lado, almoçando também, “entrou” na nossa conversa com a solução para o problema com as formigas do engenheiro.
Nunca eu havia ouvido uma solução tão simples, tão original e sem violência para com as formigas. Aquele homem bem trajado, evoluído, talvez fosse um daqueles iluminados que vivem despercebidos. Ele explicou para o “engenheiro das formigas” que, se quisesse mesmo se livrar delas bastaria conversar com elas. Bastaria pedir-lhes que fossem embora e elas obedeceriam. Eu e os dois engenheiros ficamos embaraçados com aquela solução “formiguina” sem saber o que responder para aquele homem. Mas, o engenheiro David que era muito sociável resolveu se entender com ele e dele ouviu explicações detalhadas.
Consegui conter minhas risadas porque isso poderia magoar aquele homem tão elucidativo. Mas depois, na volta ao trabalho eu fiquei a gargalhar sozinho. Fiquei a imaginar o engenheiro David falando pelo buraquinho com as formigas. “Boa-tarde! Eu sou o David, o dono deste jardim, muito prazer em conhecer vocês. Será que vocês poderiam se mudar daqui para outra casa? Sei que não é por mal, mas vocês estão comendo minha grama, minhas roseiras e secando minhas plantas. Minha esposa está zangada porque até no cozinha vocês agora estão indo. Se vocês forem embora a nossa amizade continuará a mesma, viu?” (risos).
Mas, aquele homem do restaurante e do diálogo com as formigas, não pensei que ele fosse louco. É possível sim falar com as formigas. Para isso basta ser ventríloquo. Quem não se lembra daquele homem (ventríloquo) que foi a um sítio e fazia com que os animais de lá falassem? Quando ele foi fazer a cabra falar o sitiante lhe falou: Não acredita no que ela fala, pois, ela é muito mentirosa. Méééé.
Altino Olimpi