Os animais de uma mesma espécie não se diferem
muito entre si quanto a seus comportamentos. Irracionais são dominados
pelos instintos e seus desenvolvimentos nunca ultrapassam o nível da
espécie a que pertencem. Com os homens é diferente. Muitos diferem
entre si, uns se destacam dos outros com expansão maior de suas consciências.
No homem, seu desenvolvimento vai além dos limites de sua espécie
quando ela é entendida para especificar o desenvolvimento geral da maioria.
Nela, o comodismo pertinente ao nivelamento mental, produz obediência
pelas igualdades de costumes e comportamentos. Por isso, alguém desse
viver comum ao se deparar com o que não é indicado para o seu
vício de viver igualitário, incapacitado de se separar das mesmices
vigentes, esse alguém é como uma mariposa a se debater de encontro
a uma luz onde se ofusca. É quando exibe seu repúdio e indispor
contra fatos e idéias diferentes das suas e da massa, donde adquiriu
a sua exclusão das noções e percepções diferentes
da vida que, poderiam abalar a estrutura de seu senso como infeliz avaliador
para o que ainda inexiste nele e pode existir em outros.
A mesmice implantada como condicionamento das massas, facilita
muito qualquer generalização de comportamento. Neste mês
de maio passado, assistimos uma psicose coletiva que abalou a maior cidade brasileira,
São Paulo. A causa da psicose foi o famigerado ataque dos bandidos contra
as instituições de segurança pública. O povo com
o medo aumentado pelas notícias divulgadas pela mídia, a qual,
tem muita influencia psicológica sobre ele, “enfiou a viola no
saco” e se escondeu. Com isso a cidade mais populosa se transformou numa
cidade fantasma. Nem foi um “Deus nos acuda” porque ninguém
se lembrou dele e o povo diante do perigo, para se safar, escolheu a alternativa
de fugir como sendo prática infalível da realidade autêntica
que, muitas vezes é preterida pela “realidade da providência”.
Os carros com as inscrições, “Deus nos salva” ou “Sou
protegido por Jesus” também não circularam nas horas de
pavor. Ficou escancarada a única verdade funcional em que o povo pode
se apoiar, aquela que está em poder dele mesmo e a que ele usou.
Um lembrete! Parabéns aos mais evoluídos que
num pleito passado deram seus votos em favor do desarmamento da população.
Tentaram o impedimento da “vergonha”, da “desonra” do
esboçar reação do povo, para pelo menos em seu lar, proteger
suas vidas quando colocadas em perigo por algozes, os privilegiados armados.
Mas, o pleito foi desnecessário porque, nada existe a temer do nosso
povo que vive do agrado das notícias sobre o rombo do seu erário,
praticado por alguns de seus representantes eleitos e depois gosta de acompanhar
o final feliz da novela em que eles, os “mocinhos”, terminam sendo
mais bonzinhos para o próximo escrutínio. Entretanto, neste mês
de junho temos o poder psicológico internacional da Copa do Mundo de
Futebol. Nenhuma religião consegue criar uma corrente tão poderosa
para o amainar das desavenças entre o povo, os políticos e os
bandidos. Todos mentalmente se unem no mesmo objetivo e assim todos poderão
ser felizes neste mês, até para o congraçamento mútuo
e irrestrito nesta pausa dos envolvidos em contendas humanas. Embora desapareça
como sorvete, Kibon para nós o quatriênio da Copa do Mundo de Futebol.