16/03/2006
Sexo Panacéia

Parece mesmo que não é a idade o fator principal de tornar adulto um ser humano. Muitos com idade avançada continuam cada vez mais crianças. Vivem nas atitudes, nos entretenimentos e nos desejos pertencentes a fases passadas de suas mocidades. Esses comportamentos se fazem notar em muitos daqueles destituídos de seus pares quando buscam compensações em companhias de outros da mesma situação de se sentirem sozinhos precisando de distrações para seus infortúnios. Desabituados pelo viver só, homem e mulher não percebem nessa circunstância, a oportunidade de ter uma vida mais mental do que apenas física quando um procura o outro para somarem ou disfarçarem seus vazios existenciais. O vazio nas pessoas promove-lhes suas buscas por notoriedade entre outros vazios iguais a elas. Psicológica, essa dependência aprisiona qualquer um num existir igualado com outros por distrações substituidoras de sua situação patética.

O não saber o que fazer consigo mesmo, isso, leva muitos a se exporem pelos ridículos de seus comportamentos entre a cumplicidade com outros em seus “passar o tempo”. Confessada por algumas, seus “passar o tempo com outros” muito tem a ver com a expectativa da oportunidade de praticarem sexo. “O meu médico”, alguém falou, “aconselhou-me a praticar sexo, disse que muito estou precisando disso”. Isso foi dito para alguém com mais de setenta anos. Quando um médico aconselha isso, por que ele mesmo como “amostra grátis” não resolve o problema da sua cliente? Isso evitaria que ela viesse a tornar-se ridícula “dando cantada” em homens bem mais jovens. Algumas pensam que o sexo é panacéia para todos os seus males quando o mal maior está em suas cabeças ocas. Já em suas flacidez, algumas já se envolveram com homens bem mais novos “tão corajosos” e por isso pensam que outros também devem estar disponíveis como remédios para seus indisciplinados instintos ainda tão atuantes, sendo eles, motivos de seus orgulhos por se pensarem ainda jovens.

Antes de se demonstrarem ridículas, deveriam “ler a bula do homem muito mais novo escolhido como remédio” para saber se ele é compatível com a cura que procuram para atenuar seus instintos e se tal homem não produz efeitos colaterais. Tais efeitos são comuns entre os homens naquele dizer: “Depois que gozei não mais consegui olhar na cara dela”. Esse “mal-estar do depois” acomete muitos homens que se fazem de remédio para curar alguém por quem nem mesmo simpatizam. Mesmo assim, seus orgulhos por terem usado de uma mulher foram-lhes contrários por terem sido usados por uma delas e eles não sabem disso, pudera, ainda ninguém lhes contou. Em seus ataques as mais ousadas reclamam: “Vocês homens preferem mulheres mais jovens e elas são tão vazias”. E daí? Existe sexo intelectual? Se mulher mais jovem tem mais energia, mais simpatia, é mais bonita e “tem tudo no lugar” sem constrangimento para mostrar, por que deveríamos sair com uma mulher mais velha e disfarçar nosso olhar de seus desgastes para não magoá-la? Mas, é fácil entendê-las. Homens da mesma ou de mais idade delas, já perderam a capacidade e o interesse de serem cura para seus tormentos instintivos que ainda exercem domínio sobre suas emoções e suas razões. Bem, paremos por aqui, pois, é hora do programa de tv “Big Brother”.


Altino Olímpio

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