Quem já se enjoou de si mesmo pelos mesmos pensamentos que sempre tem? (risos). As pessoas simples notadamente são conformadas com a vida, com o que são e como são. Não são dadas a refletir se poderiam ser diferentes. À noite, ao leito logo adormecem e seus últimos minutos antes do adormecerem são, no mais das vezes, para os pensamentos banais sobre seus cotidianos. Nada cogitam sobre a existência e o porquê dela. Para elas basta viverem e sendo assim elas vivem mais tranquilas do que outras pessoas dadas a reflexões sobre a vida e sobre si mesmas. Essas, habituadas a pensar, elas sempre são vítimas de pensamentos intrusos oriundos do passado que interferem com os momentos em que elas queiram conviver com os pensamentos de seus momentos presentes.
Se fosse possível parar os pensamentos, lembranças inoportunas de fatos desagradáveis não nos aborreceriam. Não teríamos também lembranças agradáveis que poderiam surgir “sem querer”, mas, estas como sendo também do passado, por isso, não teriam importância. Essas lembranças momentâneas do passado que quando menos se espera invadem o pensamento, elas são “coisas” que estão no “si mesmo” de qualquer um. Impossível se livrar delas, pois, são de todas as conceituações auferidas durante a existência até então. A hereditariedade, o condicionamento e as conceituações fazem parte do que e de quem somos, pois, se referem como sendo da nossa personalidade ou individualidade.
Os pensamentos que não queremos e nos aparecem espontaneamente, às vezes eles nos irritam. Como escrito acima, eles são aqueles que fizeram parte de nossa existência e que queremos ignorá-los. Não mais os queremos presentes no presente. Mas, como ninguém consegue se “escapar do quem é” e do que tem na cabeça, temos que aturá-los quando eles surgem e refutá-los em seguida. Entretanto, ninguém consegue se esvaziar dos “acontecimentos” e de pessoas que lhes foram decepcionantes e que, para sempre ficaram gravados no subconsciente. Sendo assim, que cada um saiba “administrar” os pensamentos que lhes vem escolhendo apenas os que lhes convém, porque, dar guarida a todos não faz bem (risos).
Altino Olympio