07/06/2010Quem sou eu?Quem sou eu?
Que mundo é este? Que vida é esta? Sem saber e sem querer apareci neste mundo. Aqui estou e só sei que preciso viver, não há como evitar. Que loucura, viver é não saber o que vai acontecer. Sei que vou morrer, mas, nunca vou saber quando e não depende de minha vontade. Posso morrer quando menos quero. Então, o que quero e o que não quero não são importantes? Não sou dono da minha vida? Que faço aqui então? Tenho na vida momentos felizes e momentos tristes. Tudo isso desfila pelos meus pensamentos. Serei eu um acúmulo de fatos existidos? Por que filósofos do passado disseram que a vida é uma ilusão? Nós por nós mesmos podemos não ter a importância que pensamos ter. A vida existe! Ela se introduz em corpos até quando eles têm condição de mantê-la atuante, isso, antes deles deixarem de existir. Tais corpos são aqueles que nascem, crescem e se reproduzem como os homens, os animais, aves, peixes, insetos, árvores, vegetais e etc. Claro que, a vida se manifesta conforme sejam os corpos onde ela está presente. Pra se manifestar através do homem, ela encontra um corpo melhor desenvolvido, onde pode se expressar como racionalidade e inteligência. Isso faz com que o homem se julgue uma individualidade, uma personalidade independente tendo a vida. Não seria ao contrário? Ao invés do homem ter a vida, não seria ela que o tem? A vida que existe, existe em todos os lugares, continua existindo e o homem deixa de existir, ele morre. A eletricidade e o magnetismo existem, mas ninguém os vê. Todos percebem a manifestação da energia elétrica nos aparelhos elétricos quando eles são ligados. Quando uma lâmpada se queima, isto é, quando ela deixou de iluminar, ela “morreu”. Entretanto, igual à vida, a eletricidade continua existindo, a lâmpada é que deixou de acender. Lâmpadas são substituídas, seres humanos também. Talvez tenhamos decifrado porque os filósofos disseram que a vida é uma ilusão. Ou melhor, a vida não é ilusão. A vida, ela é. O homem, como uma lâmpada tem um tempo de existência e nesse tempo a vida flui através dele até quando ele se “apagar”. No mundo tudo é assim. Tudo o que tem a energia de vida morre. A vida ainda é um mistério. Sabemos que ela anima corpos onde ela está introduzida. Além disso, nada sabemos. Especulações, adivinhações, imaginações sobre o que e para que é a vida temos de sobra. Somos constituídos material e mentalmente para sós termos percepção deste mundo onde existimos. Conceitos humanos para além deste mundo são abstrações até que, alguém prove o contrário. A ilusão dita pelos filósofos do passado está em o homem pensar que ele está na vida quando é a vida que está nele enquanto ele perdurar. Então, o homem está a realizar o que nele a vida requer. Embora pense que é ele que faz da vida como quer, ao contrário, e a vida que o faz como ela quer. Ele nunca sabe o que o espera no dia seguinte, coisas boas ou más podem lhe acontecer. Hoje ele pode estar alegre e amanhã pode acordar mau humorado sem qualquer motivo aparente para isso. A energia vida o que mais ela quer é o manter e a reprodução da espécie. Para isso se utiliza do instinto animal e a este o homem obedece mesmo sem saber. A ilusão está no homem pensar que é o dono de sua vida, quando, pode ser apenas uma marionete dela. A morte lhe vem e com ela expira tudo o que como homem ele foi. Isto está a entender que nada dele permanece e sendo assim ele é um ator temporário pelo qual a vida produz o seu teatro.
Altino Olímpio