Somos viajantes do tempo
Quando viemos ao mundo muito tempo já havia ocorrido sem nós. Agora estamos aqui embarcados numa parte ínfima do tempo que não será longa e que logo terá um fim. Depois, na nossa ausência o tempo continuará a existir infinitamente. Enquanto ele é permanente nós somos impermanentes. O tempo foi dividido pelos homens em séculos. Estamos vivendo no século XXI (vinte e um) igual aos séculos anteriores de quando a impermanência fez desaparecer quase tudo o que existia. Assim é este mundo de transformações, tudo o que aparece, aparece por um tempo e depois desaparece, menos as construções físicas que fiquem centenárias.
A impermanência das coisas e de seres vivos deste mundo faz com que nós nos sintamos ínfimos e finitos diante da infinidade do Universo. Os mistérios dele são incompreendidos. Por isso, desde tempos remotos os homens, incapazes de compreenderem o Universo e do porquê da existência dele, eles não tendo como explica-lo, “explicaram” que o Universo com todos os seus corpos planetários foram criados por deuses, isso, com o aval e confirmação do Papai Noel.
Por causa da impermanência (morte) se fez o acreditar numa continuidade da existência no além do mundo material, ideia ou imaginação esta, que é confortante para o nosso existir atual. Desde o início da existência da humanidade neste nosso planeta, com o passar imutável do tempo, bilhões de seres humanos foram para o sumiço. Nós também teremos o mesmo fim. Até onde conseguimos saber, essa é a regra ou norma da existência. Se houver outra regra como, “nascer e morrer e ainda continuar a ser”, nossa consciência ainda não conseguiu, de fato, conscientizar indubitavelmente.
Altino Olímpio