O mundo ficou pequeno para aqueles que querem apenas viver.
Nossa sobrevivência tem a rígida dependência
do que a sociedade dita.
Visitas são um meio agradável ou desagradável
de interrompermos nossos dias.
A fé sendo para pessoas simples não é
para as cultas desacreditadas das impossibilidades que as pessoas simples acreditam.
Nossa velhice é como um cinema que com prazer tiraríamos
muita gente do enredo do filme que foi a nossa vida.
Diante do que temos não pensamos na morte porque ela
desmente o que temos.
Somos uma máquina ininterrupta de pensar e nos esquecemos
que não sabemos e nem conseguimos não pensar.
São os pensamentos que criam nossos apegos nesta estadia
por aqui e nosso apego a eles é que nos faz temer a morte porque nela
eles deixam de ser e nós só somos eles.
As músicas são colagem na nostalgia do passado
sem tirar cópias porque seriam inconseqüentes com o diferente do
presente.
O tempo que não para só parece parar quando temos
contratempo.
A solidão é o melhor remédio contra a
doença do vazio dos outros a nos contaminar.
A necessidade de notoriedade acusa o nosso descontento pelo
si mesmo se notar, quando, precisamos dos outros para nos notar.
Viver na tristeza da realidade ou viver na alegria das ilusões
não seria a mesma coisa?
O passado só começa com o nosso nascer e o futuro
só chega até o nosso morrer quando voltaremos a ser igual ao antes
de nascer, nada em qualquer presente.
Enquanto Deus for somente palavra nenhuma palavra lhe dará
existência.
A carência ou vício humano de só exteriorizar
o que é óbvio provoca nos outros não óbvios o perceber
da vantagem de ser surdo.