O Ernest Hemingway (1899-1961) autor do livro “Por quem os sinos dobram” que foi tema de um filme sobre a guerra civil espanhola (1936-1939) escreveu: São precisos dois anos para se aprender a falar e sessenta para aprender a calar. Com toda a razão esse seu dito revela o quanto de conversas possa ser inútil no nosso cotidiano. Entretanto, falar, conversar é o lema principal de tantos que “brincam de se comunicar” diariamente com assuntos alheios ao interesse e à importância da vida.
“São precisos dois anos para se aprender a falar e sessenta para se aprender a calar”, isso, me “reconduz” ao passado não tão distante quando uma redundância nacional tanto me irritou como também irritou a muitos outros também. Naquele dia do desempate sobre o julgamento dos “embargos infringentes” do chamado julgamento conhecido como “mensalão dos políticos”, aquele ministro que ficou com o “voto de minerva” para desempatar a votação, sendo pró ou contra, o que ao final ele votou pró a tais embargos, ele, como se soube, irritou a milhões de brasileiros que tiveram suas paciências testadas, atormentadas por assisti-lo pela televisão expondo com tanto exagero, com tanta redundância sua argumentação sobre a sua decisão desempatadora do pleito em questão.
“Data vênia” (risos), a maioria dos ministros ou juízes de tal suprema corte ao exporem seus votos também primam por se estenderem longamente sobre suas decisões jurídicas. Vale lembrar que as leis por si mesmas não são determinantes antes que sejam esclarecidas ou compreendidas “fielmente e verdadeiramente” para serem aplicadas a favor ou contra quem infringi-las. Nestes tempos tumultuados de tantas desventuras humanas temos ficado sabendo que juízes ao julgarem contravenções praticadas, principalmente por políticos, eles não são unânimes. Estão eles a dar a entender que as leis podem ter interpretações outras ajustáveis a como os juízes “imparciais” possam defini-las.
Nesta época de como a pressa e a rapidez tomaram conta do viver, e quando parece que até os dias, os meses e os anos se tornaram mais rápidos, tolerar quem é bem dotado de redundâncias deixa qualquer paciência doente (risos). Interessante a observação daquele jornalista correspondente de guerra, Ernest Hemingway do início deste texto, de fato aprendemos a falar, mas, muitos nunca aprenderam a calar como é o caso daqueles que do tanto falar só visam mesmo complicar.
Altino Olympio