Só se deve concordar que os brasileiros são o povo mais feliz do planeta. Convém destacar que a felicidade é expansiva, distribuída para todos. Quando um time de futebol ganha um jogo a maior emoção fica por conta dos estouros de bombas, um modo de espalhar felicidade. Pum, pum, pum, taratatá PUMMMMMMMMMMMMM. Isso agrada muito quem está em casa, velhos aposentados, pessoas doentes, nenês adormecidos que acordam sorrindo de alegria. Enquanto perduram os estrondos ninguém é infeliz. Eles repercutem pela madrugada e parecem ser oração dos santos que protegem a humanidade. Muitos acordam de suas negatividades de não serem solidários com tamanha festa, mas, pelo menos, acordam felizes e encantados e vão embarcar nas conduções para o trabalho com bom humor causado pelas bombas. Quando lá pela uma ou duas horas da madrugada os estrondos diminuem, uma tristeza se faz presente por antecipar o maldito silêncio que irá se instalar depois das melodias estrondosas. Para substituí-las, felizmente, se ouve carreata de veículos, claro que, portando bandeiras, buzinando pela madrugada, e, seus condutores cantando o hino do clube ao qual pertence o time vencedor da noite. Em suas casas algumas pessoas religiosas se ajoelham e rezam ou oram em agradecimento aos participantes da alegria contagiante. O brasileiro não consegue ser feliz sozinho e isso nos emociona. Que seria de nós brasileiros se não tivéssemos essa dádiva, o futebol que é pertinente a todos? Seríamos tristes, solitários e mal humorados.
Altino Olympio