Antigamente caia maná do céu para alimentar os judeus no deserto. Essa coisa acontecia lá longe no passado, como, também, muitas coisas em que acreditamos hoje só existiram no passado. Nesta nossa época estamos sem aquelas coisas maravilhosas, por que será? Manifestações divinas não existem mais? São elas apenas para serem recordadas? Mas, o maná agora não cai mais, nem lá na África onde muitos ainda morrem de fome. Por que será que não cai mais? Talvez Deus tenha ido fiscalizar suas obras e são muitas por esse universo todo. Milhares, milhões ou bilhões de galáxias e mais galáxias e cada uma com cem, duzentos, trezentos bilhões de estrelas. É, há pouco tempo ouvi num programa de TV que aqui na Via Láctea, esta nossa galáxia, ela contém cerca de trezentos bilhões de estrelas. Antes diziam que eram cem bilhões. Nossa, pra que esse exagero? A galáxia mais próxima, a de Andrômeda está, dizem, distante da nossa, cerca de 2,3 milhões de anos-luz. Um ano-luz é a distância que a luz percorre durante um ano. A cada segundo a luz percorre ou viaja 300.000 km. Num minuto ela viaja 18 milhões de quilômetros. Que distância, então, a luz viaja durante os trezentos e sessenta e cinco dias de um ano? E Andrômeda, está a 2, 3 milhões de ano-luz. Que loucura. Não sei como Deus administra tudo isso. Será que Ele herdou tudo isso do Pai Dele? Mas, os cientistas dizem que o universo teve começo numa enorme explosão, a tal de Big Bang e até hoje o universo está se expandindo. Mas, para a consciência humana tudo o que existe tem que ter tido um começo. É assim que a consciência humana conceitua. Não poderia o Universo sempre ter existido sem ter tido um começo? Quem sabe? Qualquer cientista, por mais inteligente que seja ele só pode se utilizar da consciência que lhe é própria, a consciência humana. Entretanto, ela é limitada ou imprópria para abarcar os mistérios do universo. Mistérios como, o porquê da existência dele, qual o propósito por detrás dele se é que existe algum, se ele teve início e se terá fim. O universo, ele foi criado por um Deus cuja magnitude distancia-se de nossa compreensão?Talvez, em tempos vindouros o ser humano possa expandir sua consciência até a capacidade em que ele consiga conceituar o que agora não consegue. Baixando agora de nível e indo para as historinhas humanas voltemos ao maná. Vem-me na mente um pai ou uma mãe contando histórias para o filho adormecer. Existem histórias para crianças e também histórias para adultos. Encontra-se na internet que maná significa seiva de tamarisco. O livro bíblico de Êxodo o descreve como um alimento produzido milagrosamente, sendo fornecido por Deus ao povo judeu liderado por Moisés, durante sua estada no deserto (40 anos no deserto, nossa, até daria para se aposentar e descansar) rumo à Terra Prometida. Segundo o Êxodo, após a evaporação do orvalho formado durante a madrugada aparecia uma coisa miúda, flocosa, como a geada, branco, descrito como uma semente de coentro que lembrava pequenas pérolas. Geralmente era moído, cozido, e assado, sendo transformado em bolos. Diz-se que seu sabor lembrava bolachas de mel, ou, bolo doce de azeite. Ainda segundo a Bíblia, o maná era enviado diariamente e não podia ser armazenado para outro dia. Também não era fornecido aos sábados, por isso, Deus enviava uma quantidade maior às sextas-feiras e nesse caso o maná podia ser guardado para o sábado sem se deteriorar. Atualmente é encontrado no deserto do Sinai algo semelhante ao relato bíblico, pequenas gotas brancas de seiva, que, crescem nos ramos da árvore de tamarisco durante a estação das chuvas. Elas se desprendem durante a noite fria do deserto forrando o chão com grãos semelhantes a pérolas; após ser cozido se transforma num líquido adocicado semelhante ao mel muito apreciado pelos beduínos que o denominam de maná.
Em 1483, Breitenbach, o decano de Mogúncia, peregrinando no Monte Sinai, escreveu: Nos vales próximos ao Sinai encontra-se o pão do céu, que, os monges e também os árabes recolhem, guardam e vendem aos peregrinos estrangeiros que por aqui passam.
Bem, deduz-se então que... Maná talvez não caísse do céu como muitos hoje pensam. Convém aqui citar um entender do filósofo Espinosa para aqueles que têm capacidade de entender: “... se admitíssemos que Deus fizesse alguma coisa contrária às leis da natureza, seríamos também obrigados a admitir que Deus aja em contradição com a sua própria natureza, o que é um absurdo”.
Altino Olympio