Sempre distraídos ou inconscientes que somos, pensamos
ser “coincidência” uma pessoa surgir na nossa memória
antes de realmente se tornar presente. Podemos estar entre o vai-e-vem de muita
gente numa rua de uma cidade e “sem querer” pensamos em alguém
que há muito tempo não vemos. Minutos depois, surpresos, encontramos
esse alguém naquelas imediações onde estamos. Depois dos
cumprimentos o início da conversa é mais ou menos assim: “Fulano,
agora mesmo pensei em você e você apareceu. Nossa, que coincidência!”
Teria mesmo sido uma coincidência? O fulano também teria antecipado
na mente o encontro? Improvável.
Ás vezes, quando pensamos em alguém de nosso
relacionamento mais constante, logo a campainha do telefone dispara. É
o alguém em quem pensamos. Pensamos em telefonar para alguém,
e nos antecedendo ele telefona primeiro. Coincidência?
Não é tão incomum a imagem de uma pessoa
aparecer na nossa mente para depois logo a seguir termos a notícia de
que ela morreu. Isso nos leva a pensar: “que coincidência, depois
de muito tempo, hoje mesmo estive pensando nela e agora fiquei sabendo que ela
morreu”. Porém, não damos importância a esse pensamento.
A imagem de algo que ainda não queremos e não
estamos precisando, vez ou outra perpassa pela nossa mente. O tempo passa e
nos vemos precisando daquilo que não estávamos precisando e querendo
aquilo que não queríamos. Também, mentalizamos algo que
nos seja útil e posteriormente na sua real precisão o algo “coincidentemente”
chega até nós de um modo inesperado e surpreendente.
Dá pra desconfiar que temos ou recebemos por dentro
uma voz inaudível ou uma visão psíquica antecedente a algum
fato que irá acontecer. Se fôssemos mais atentos e habituados a
perceber esses momentos insólitos de antecedência a fatos, reforçaríamos
mais a incidência deles. Se mais permitíssemos que nosso eu interior
(eu subconsciente) se comunicasse com o eu exterior (eu consciente), nosso viver
deixaria de ser tão material como atualmente é. Seríamos
mais completos em discernimento para enfrentarmos com maior lucidez as circunstâncias
que se apresentam. Nosso lado espiritual despertado para a nossa compreensão
da existência dele, se posicionará ao lado do nosso existir material
procurando interferir para impedir erros ou enganos nas nossas condutas do cotidiano.
Somos mais tranqüilos no “eu e ele ou ele e eu somos um”, material
e espiritualmente vivendo.