“Quando falares se cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio”. Provérbio indiano.
Na existência da humanidade, por mais incrível que seja para os “tagarelas”, existem conselhos sábios como o provérbio acima. Mas, como tudo que é bom, quase sempre fica desprezado, sempre fica escondido na inteligência com que a ignorância humana evita praticar tais conselhos. Ainda não se sabe quem inventou a redundância e ela foi bem aceita pelo povo brasileiro. Até dizem que ela é mais abundante que os mosquitos da dengue. Muito apreciada, muito admirada ela livremente transita pelo congresso brasileiro e parece que já picou todos os deputados.
Infelizmente ainda não inventaram vacina contra ela. Os mais renomados cientistas não acreditam ser possível a imunização do povo para contê-la. Entretanto, ela também tem seu lado bom. A redundância é a melhor cura para a carência, essa doença cada vez mais alastrante. Pessoas com essa doença se utilizam muito da redundância quando conversam com outras e nos instantes da conversa, acreditem ou não, suas carências desaparecem. As outras ao ouvi-las podem sentir algum atordoamento, algum enchimento nos seus órgãos reprodutores, porque podem sofrer do raro mal da brevidade e não sabem. Citando outro lado bom da redundância, se não fosse por ela não existiria o telefone celular e outros aparelhos de contato “ao vivo” atuais.
A redundância também já salvou muita gente da morte. Refiro-me ao fato de uma pessoa não dormir ao volante do carro quando ao lado dela está outra falando sobre coisas óbvias por demais “agradáveis” de ouvir, inclusive aquelas ditas e já repetidas por alguns bilhões de pessoas por esse mundo afora. Mas, a redundância odeia os mudos e não se sabe o motivo.
Quanto ao “silêncio” na escrita do provérbio acima, sabe-se que ele foi inventado pelo diabo para enlouquecer o maior número possível de pessoas. Ainda bem que em tempo descobriram como abafar, expulsar o silêncio. É só deixar o rádio ligado num volume alto, a televisão também e se possível cantar, tudo ao mesmo tempo, mesmo não prestando atenção no que estão dizendo no rádio e nem vendo o programa que está tendo na televisão. Com tudo isso a casa fica livre de vibrações baixas. Os sons dos aparelhos ligados (os barulhos) afastam até os “encostos” se porventura eles existirem.
Altino Olympio