Mais na infância nossa curiosidade fez com que mais nos integrássemos com a graça da natureza e sua fauna. Sobre as aves lembro-me bem dos pardais em suas barulhentas revoadas de árvore em árvore. Mais no fim das tardes, eles sempre em bando com seus piados conjuntos interrompiam o silêncio da despedida do dia para o chegar da noite.
Os pardais entre as espécies de pássaros são os mais simples, mais “humildes” e existem em maior número. Por isso parecia que quaisquer outros pássaros diferentes fossem mais bonitos e mais, digamos, especiais do que eles. Em “elegância” os pardais perdiam para os outros pássaros. Em “ética e educação” também (risos). Eles pareciam estar sempre em algazarras e ninguém os preferia para cantar em suas gaiolas.
As andorinhas bem mais “comportadas” que ficavam lado a lado pousadas nos fios de energia de um poste a outro das ruas pareciam reprovar o comportamento dos pardais. Quando penso no mundo dos homens noto uma semelhança com a existência dos pássaros. Como os pardais, os homens mais simples são maioria. São considerados como sendo do povo e até podem ser massas de manobra. Outros existem mais evoluídos (como pássaros mais coloridos) e eles (como as andorinhas) melhor se comportam, nunca sendo maus exemplos para outros.
Entretanto, na nossa política às vezes surgem alguns pássaros mais competentes em seus cantos, mas, infelizmente, logo eles se vêem na necessidade de se “pardalrizarem” com e como os demais para poderem continuar em seus ninhos tão cobiçados, aqueles em que os mais simples da “fauna humana” construíram para eles quando os escolheram para politicamente representá-los, mas, não com “piu-piu” do faz de conta.