A vida das pessoas como quando se as observam elas vivem suas vidas, mais com a percepção que elas têm do mundo, “de seus mundos”. Seus dias são vividos conforme seus sentidos receptores (visão, audição, tato, paladar e olfato) percebam a realidade de seus momentos presentes. Independentes de tais percepções cotidianas existem em suas mentes conceitos sobre o além desta vida que lhes foram sugeridos sobre “fatos” que possam existir.
Mas, tais fatos, embora, estejam “acreditados” por muita gente, diariamente eles não fazem parte de suas vidas e de seus pensamentos, porque, suas vidas estão presas às necessidades, aos deveres, às distrações, às preocupações e etc. Resumindo, obrigatoriamente o viver é mais aplicado, mais dedicado ao lado material da vida do que ao lado dos “fatos” transcendentais.
Conforme li, a primeira idéia da “reencarnação” surgiu na Índia nas Upanichades, escrituras sagradas do hinduísmo, isso, há cerca de 2.600 atrás. Daí ao se espalhar para as religiões orientais e para outras do ocidente, essas religiões repassaram por todo o mundo a idéia de que a alma humana vive em diversos e diferentes corpos através dos séculos. Nesta época, muitas pessoas, mesmo aquelas que não têm religião acreditam na reencarnação. Ela, tendo tantos adeptos pelo mundo e tendo tido predomínio por centenas de anos, perdeu-o em parte com o surgimento da doutrina da ressurreição do cristianismo. Essas duas formas de entender o “como será” provocam pensamentos do “como vai ser” o depois do morrer.
A reencarnação, como muitos acreditam, está relacionada com o percurso que a alma faz habitando em muitos corpos diferentes vivendo experiências diferentes até quando tenha atingido a perfeição. Existem controvérsias sobre o número ou quantidade de reencarnações necessárias, nas quais a alma vai se aperfeiçoando, mas, isso é irrelevante para brevidade deste texto. Entretanto, está implícito nessa doutrina que a alma sendo sempre a mesma, ela renasce em outros corpos enquanto vai reencarnado. Sendo assim, nessa idéia de retorno, a alma pode retornar a “viver” em qualquer parte do mundo onde terá condições de ter as experiências que necessita para a sua evolução. Depois de muitas reencarnações em lugares diferentes, com idiomas diferentes, tendo profissões diferentes, tendo sido personalidades diferentes, tendo tido destinos tão diversos, a alma ainda seria a mesma de sempre? Ela manteria a sua integridade à parte das tantas personalidades que surgiram assim que esteve encarnada em muitos corpos? Contrariando a idéia da reencarnação para que a alma atinja a perfeição, existem aqueles que dizem que a alma não precisa de aperfeiçoamento porque ela já é perfeita e pura em si mesmo.
São controvérsias que dificulta o saber para que lado pender (risos). O filósofo René Descartes (1596-1650) autor da famosa frase “Penso, logo existo” e também de outra “Nada é verdadeiro até ser reconhecido como tal”. Quanto ao “penso, logo existo” será que o Descartes insinuou que “quem não pensa não existe?”. Nisso ele errou, pois, conheço muita gente que não pensa e existe e, até vivem melhor do que eu (risos). Brincadeiras à parte, quando leio que a reencarnação é a justiça de Deus para os seres humanos, me vêm pensamento sobre o passado de quando eles tiveram uma vida muito rudimentar.
Não tinham água encanada, eletricidade e etc. e viviam sem a ciência e as tecnologias que viriam para facilitar o desempenho e o conforto do viver humano. Os nascidos em épocas seguintes cada vez mais foram tendo mais confortos do que os das épocas passadas. A justiça acima citada não estaria também na “razão de ser da reencarnação” para que os que viveram na precariedade de seus tempos pudessem reencarnar em outros tempos para que eles também pudessem desfrutar das modernidades, dos confortos e da evolução que eles não tiveram? Este texto não teve a intenção de acreditar ou desacreditar no que muitas pessoas acreditam e se sejam hipóteses ou não. Mas, ele tem estímulos para provocar reflexões em quem nunca se importou com tais temas sobre a vida e sobre o depois dela conforme brevemente aqui foi exposto. Altino Olimpio