“A mais completa forma de salvação para o homem somente pode ser encontrada na renúncia quietista ao mundo e a todas as suas solicitações, na mortificação dos instintos, na auto-anulação da vontade e na fuga para o nada”.
Arthur Schopenhauer (1788-1860)
O conhecimento sendo qualquer coisa contrária às fantasias da satisfação dos desejos é difícil de ser adquirido. O homem comum só procura as vantagens que lhes satisfaçam. Como conhecimento não se pode comprar, vender ou alugar e não pode ser exibido como são as posses e os luxos que o homem adquire através das vantagens materiais pelo que mais vive e, como o conhecimento não convive com a vaidade e com suas ilusões, o homem comum o despreza sentindo-se superior a ele.
Pessoas equilibradas, mais discernidas e ricas pelo quase não precisar de nada e só convivendo com o realmente necessário, essas, nesse viver próprio já possibilitado para adquirir conhecimento se para isso têm inclinação, elas, são contrárias às exigências participativas da sociedade humana atual. Como tem acontecido, o desenfreado nivelamento das massas produziu o aprisionamento delas para o viver em seus ideais comuns a todos. Esse viver, não do próprio querer, mas, o viver do “querer por que querem que queiram” é despercebido no cotidiano da sociedade, onde cada um se pensa independente quando dependente sempre é de influências psicológicas nem sempre imperceptíveis.
Melhor entendendo o dizer de Schopenhauer acima citado, como “salvação para o homem” ele quer significar o deixar dele de ser comum para melhor viver consigo mesmo. Ser comum é ser compactuado com os desmandos das massas sujeitas a atender quaisquer estímulos que possam levá-las com prazer a se distrair da necessidade de evoluir. Isso é o que mais vemos nesta nossa sociedade quando pensar é para poucos e ler é para muitos, mas, apenas as idiotices. “Diga-me o que lês e eu saberei o que pensas e quem tu és”.