05/10/2009Discórdia familiarPassados já muitos anos, o palco para uma cena familiar “engraçada” foi na casa de um amigo espanhol lá na Vila Guilherme, em São Paulo. Meu amigo, seu filho advogado e eu estávamos conversando na sala da casa. O filho insistia em falar sobre o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, pois, ele tinha se tornado um deles. Estranho isso, nenhuma descendência árabe tinha ele, porquanto, seus pais eram católicos. Senti alguma contrariedade no pai e isso foi confirmado quando a filha vinda do andar superior da casa descendo pela escada, aliás, muito gostosa, ela parou ao ouvir o irmão referir-se a ela. Disse ele que o modo como ela estava vestida não era digno de uma mulher de família. Mas, ela estava trajando uma blusa clara a cobrir todo o peito (infelizmente) e uma calça de jeans bem justa. Isso não é roupa para mulher continuou falando o irmão e ela, indiferente pela minha presença e encarando o irmão lhe disse: Ah, vai tomar no... Deu pra perceber que a harmonia daquela casa estava conturbada. Aquela filha terminando de descer a escada me cumprimentou acrescentando “aqui, mesmo na minha casa já não sou livre para me vestir como quero” e se afastou do local. O “clima” ficou meio esquisito até quando as conversas recomeçaram, mas, não se diferenciaram. O rapaz advogado persistia em enaltecer a profundidade da religião muçulmana. Quanto a isso, devido à imigração em massa e dos descendentes provenientes, essa religião está se alastrando pela Europa e até nos Estados Unidos. Daqui há umas dezenas de anos o cristianismo poderá ter perdido sua maior influência religiosa e sua existência poderá continuar em livros de história. Não há nenhuma novidade, porque, muitas religiões já foram substituídas por outras nesse transcorrer da humanidade. Entretanto, isto já é parte para outro texto.
Altino Olímpio