Iguais para tantos casais, o tempo a passar faz com que os dias e os anos sejam apenas de repetições. Aquele viver já sem surpresas, aquele viver apenas por viver, aquele viver conformado do nada mais ter a desejar, aquele viver do “apenas mais um dia que se passou” e sem expectativas de que os amanhãs sejam diferentes, são os conformismos que a passagem do tempo impõe. Costuma acontecer quando os casamentos perduram por muito tempo. Eles deixam de serem os “casados são eternos enamorados” daquela antiga propaganda de consumo para o dia dos namorados. Comum mesmo é aquele amor de outrora se transformar em amizade entre os cônjuges. Às vezes até em inimizade (risos).
Ele esteve no velório da esposa de um amigo e com o que lá viu e ouviu a “carapuça” lhe serviu. O amigo ao lado do caixão em que estava à esposa era o desespero a desabafar sobre sua perda. Inconsolado falava como se fosse para si mesmo: “Minha querida eu fui tudo pra você e você não foi tudo para mim, porque, distraído de você mais eu vivi para mim mesmo, para o meu trabalho e para minhas “coisas”. Perdoa-me, perdoa-me...” Esse remorso do amigo o fez pensar como também com ele ocorria à mesma coisa. Fanático pelo trabalho, no seu emprego era dado a ficar depois do expediente para se dedicar às horas extras e por isso só voltava tarde para casa. Em casa sua atenção mais era devotada ao vício de se informar com os noticiários sobre futebol. Passeios, entretenimento com a esposa estavam cada vez mais esporádicos. A rotina de sempre era que sempre prevalecia.
Depois daquele velório, como se tivesse despertado da inconsciência de seu viver egoístico e da falta da mais atenção e de mais consideração que deveria conceder à esposa, ele, surpreendentemente resolveu mudar de comportamento. Resolveu passar mais tempo com a esposa chegando mais cedo em casa. Conversou mais com ela, dedicou-lhe elogios como ela nunca tinha ouvido dele. Sendo mais atencioso e carinhoso propôs-lhe que deveriam passear e viajarem para aproveitarem mais a vida. Ela, então, não estava acreditando no que estava acontecendo. E, se beliscava para saber se estava mesmo acordada e não sonhando (risos). E o casal se viu tão feliz que ela retornou a sentir o interesse de se vestir melhor, para sempre ficar apresentável e desejável para agradá-lo. Pelo link abaixo se ouvirá o exteriorizar da felicidade do casal. Não sei se esta história aconteceu com alguém, mas, bem que poderia ter acontecido como também poderá acontecer com os casais que, infelizmente, deixaram de ser casais para serem apenas “colegas do lar” (risos).
https://www.youtube.com/watch?v=6Xov1hYYs3E
Altino Olympio