Ah se não fosse os outros... O homem desde que nasce foi aprendendo com os outros os que eles aprenderam na vida. Aprender dele mesmo é difícil, se é que dele mesmo exista algo para aprender. O ter uma missão na vida ele aprendeu de outros. No mais das vezes, ele por ele mesmo pode ser que nunca tenha pensado nisso. Sobre qual seja o sentido da vida, isso quase nunca faz parte do seu cotidiano. Pois, isso é um assunto que pertence aos filósofos. Então, o homem moderno não “perde seu tempo” com temas que não são de sua alçada.
Assuntos que requerem reflexão, concentração, atrapalham as rotinas de seus dias que, além de trabalho querem contatos constantes com pessoas, passeios e outros entretenimentos. Na verdade o homem é um joguete do meio donde vive e das influências externas. Sentimentos, desejos, paixões, lançam-no de um lado para outro. Por isso, quando um homem desta época que, quase já não mais tem tempo para si mesmo, para refletir, raciocinar, mais fácil pra ele é acreditar no que aprende com os outros. Tem quem diz que neste mundo todos têm uma missão a cumprir.
Até hoje não descobri qual seria a minha. Quando me lembro das pessoas que conheci e que já morreram, acredito que, nenhuma soube qual foi a sua missão. Se eu soubesse qual é a minha missão, eu tentaria sair desta vida insignificante que tenho para ser alguém com poderes para só fazer o bem. Mas, ser insignificante é que talvez seja a minha missão. Então fecho os olhos e fico pensando em como ou quais serão as missões das mais de sete bilhões de almas que existem no mundo. Isso de aprender com os outros faz parte do nosso condicionamento.
Na escola também se aprende com os outros (os professores) a escrever, a ler, a calcular (raciocinar) e etc. e tais aprendizados são reais e práticos para se adequar com o viver que a sociedade requer. Nas aulas de catecismo que eram ministradas na igreja, também se aprendeu com outros que, quando se morre se vai para o céu, e disso me lembro. Isso não é um ensinamento prático, pois, faz parte das muitas abstrações conceituadas pelo homem.
Como “neste mundo nada se cria e tudo se copia” (Abelardo Barbosa, o Chacrinha) sempre é bom ter o “desconfiômetro” preparado para o que se ouve e para o que se lê, porque, os outros que aprenderam com os outros podem mentir sem querer. Quanto ao aprender consigo mesmo, talvez mais ninguém consiga por estar tão abarrotado de conceitos que foram inventados... Por outros (risos). Altino Olimpio