Pensamentos – 2
Quando existe, o vazio em nossas vidas mais empurra-nos para a convivência do vazio dos outros e assim buscamos preenchimento onde e com quem nos esvaziamos mais. A necessidade constante de relacionamentos é um vício para nos manter em infindáveis vazios estejamos conscientes deles ou não. Quando não estamos conscientes deles em nós e nem nos outros, nos pensamos sendo normais com a nossa precariedade mental e assim nos sentimos bem com nossos iguais. Ao contrário, se soubéssemos das nossas limitações e das dos outros e por isso tentássemos extrair o nosso vazio com preenchimentos úteis para a existência, os outros sempre sendo os mesmos se tornariam insignificantes para o nosso convívio. Deixando de ser vazia, uma pessoa tende a melhor conviver consigo mesma evitando assim o desagrado de aturar outros com seus mesmismos existenciais tão em voga. Esses são mais simpáticos publicamente, visto que, os mesmismos são do agradar mútuo sem lhes ser desperdícios de tempo.
Pensamentos – 3
Hoje, a distorção dos sentimentos sobre os fatos é uma das hipocrisias do viver em sociedade. Fala-se de tristeza e de comoção geral quando na verdade se sabe que tal tristeza é a oportunidade de se locomover para onde a presença não se justifica e é até ridícula e, a comoção geral mais está para a paixão pela tragédia do que pela solidariedade e empatia com que se deveria ter com os vitimados por ela. Grande parte do povo, aqui entendido como marionete, segue a risca qualquer chamamento para se entreter com alguma tragédia quando, o ser conduzido, induzido e seduzido lhes é tragédia maior. Como já dito “cabeça vazia é casa do demônio”, ele tem muitas moradas, todas administradas pelo poder do sistema sugestionador vigorante.